Comida De Louco

Atirei uma pedra,

No fundo da panela,

Acrescentei feijão,

Um quilo de sabão,

Para ter a refeição.

A pedra se trincou,

A panela se furou,

O feijão se chamuscou,

O sabão se derreteu,

Estômago foi quem perdeu.

Estomago roncava,

A fome não passava,

O tempo não andava,

A boca nem falava,

De comida nem babava.

Misturei farinha,

Com pouco de salsinha,

Coloquei em frigideira,

Depois na saladeira,

com um toco de sardinha.

A farinha se torrou,

A frigideira se queimou,

A saladeira era de magoo,

A sardinha fedia urubu,

E o fogo se apagou.

Alimentei-me de cousas poucas,

Me fartei de roer as roupas,

Carcomidas no guarda-roupas.

Desfiz o que estava feito,

Até fiquei bem satisfeito,

Ignorando o que sobrou da sopa.

E o cachorro me latia,

Com gestos de euforia,

Que nessa história se insere,

Que até o leitor aqui se fere,

Mas como sou transparente,

Peço que me seja indulgente,

Pelo resto que joguei a ele.

José Corrêa Martins Filho
Enviado por José Corrêa Martins Filho em 03/10/2021
Reeditado em 03/12/2023
Código do texto: T7355851
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