Comida De Louco
Atirei uma pedra,
No fundo da panela,
Acrescentei feijão,
Um quilo de sabão,
Para ter a refeição.
A pedra se trincou,
A panela se furou,
O feijão se chamuscou,
O sabão se derreteu,
Estômago foi quem perdeu.
Estomago roncava,
A fome não passava,
O tempo não andava,
A boca nem falava,
De comida nem babava.
Misturei farinha,
Com pouco de salsinha,
Coloquei em frigideira,
Depois na saladeira,
com um toco de sardinha.
A farinha se torrou,
A frigideira se queimou,
A saladeira era de magoo,
A sardinha fedia urubu,
E o fogo se apagou.
Alimentei-me de cousas poucas,
Me fartei de roer as roupas,
Carcomidas no guarda-roupas.
Desfiz o que estava feito,
Até fiquei bem satisfeito,
Ignorando o que sobrou da sopa.
E o cachorro me latia,
Com gestos de euforia,
Que nessa história se insere,
Que até o leitor aqui se fere,
Mas como sou transparente,
Peço que me seja indulgente,
Pelo resto que joguei a ele.