O POSSUÍDO
O PODER DE UMA ORAÇÃO
Lá pelo final da década de setenta, certa noite de muita escuridão e um calor insuportável, por volta da meia noite, despertando com minha cadela se esbravejando. Ouvi vozes a me chamar, logo reconheci. Dei ordem à cadela que recuasse, ela obedeceu. Abri a porta, pela expressão de espanto dos dois elementos, percebi tratar-se de algo grave e sério.
- Pelo amor de Deus! Vamos levar meu sobrinho para um hospital, ele está completamente louco! Assim expressou um dos homens. – Mas tio no estado em que ele se encontra vai quebrar o carro! Afirmou o outro. Diante da situação me senti num beco sem saída. Omitir socorro a um ser humano seria contra meus princípios. Colocar um louco dentro de um fusquinha seria com certeza provocar um acidente.
A vinte quilômetros da cidade, na época nem se pensava na invenção do celular, além do mais, a péssima conservação da estrada.
Saímos em direção ao local, pensado que atitude tomar. Parei a uma distancia de cem metros, aproximadamente daquela casa, aliás, nem parecia uma casa, estava mais para uma tapera, do que propriamente uma residência. Duas cordas de arame mal esticado cercando, aquela desolação.
Fiquei aguardando, um dos elementos que iria comigo até a cidade a fim de mobilizar o policiamento, conforme havíamos decidido. Na casa o garoto de aproximadamente dezoito anos, parecia um touro em seu ritual de briga, urrando, ora parecia um porco, em seu ranger dentes. Assombrado, preparava-me para dar meia volta e deixar ali aquela sena de terror, mas a consciência me deteve. Desci do carro tirei o chapéu fiz o sinal da cruz, rezei a oração que “Jesus” nos ensinou. Rezei por tive medo, medo não, pavor. Pânico mesmo. Nem percebi se houve fé em minha oração. Antes que pronunciasse a ultima palavra, o silencio tornou inóspita aquela desolação. Podia ouvir apenas o borbulhar da água, nas correntes do córrego, a duzentos metros dali. Tomei coragem e fui até a casa, no seu interior os singelos móveis despedaçados, e o pessoal apavorado, parecia ver o demônio. Estavam cheios de hematomas e escoriações, pela tentativa em detê-lo.
Chamei-o pelo nome, ele respondeu como se nada houvesse ocorrido. Convidei a irmos á casa de sua mãe, calmamente aceitou. Levei o tio e um irmão juntos. Durante o trajeto fiz mais umas orações silenciosas. Atravessamos a cidade rumo ao aeroporto onde à mãe residia. Ao cruzar a linha férrea, ele, que até então não havia dito palavra alguma, se manifestou. Perguntando onde estava, e o que fazia naquele lugar. Respondi que: estávamos em Bom Despacho, que ele passara mal e o levávamos à casa de sua mãe. Foi difícil a ele, concordar em ficar com a mãe. Sempre afirmando ter que voltar, pelo compromisso de trabalho do dia seguinte. Fiquei surpreso com o fato ocorrido. O garoto não era alcoólatra, droga naquela época ninguém ali conhecia, nem mesmo a palavra droga, era tão familiar como atualmente.
Alguns dias após, procurado pelo tio para o acerto na despesa do carro, perguntou-me o que teria eu feito com o jovem.
Quem sou eu pra fazer coisa alguma!
Nada fiz... Respondi. Aconselhei a rezar pelo menos uma pequena oração pela manhã diariamente.
O que ocorreu com o seu sobrinho,
É um mal chamado: falta de Deus. Conclui!
Obs:( Imagem do meu acervo pessoal, tomei a liberdade de publicar novamente este conto por considerá-lo como uma lição de vida)
O PODER DE UMA ORAÇÃO
Lá pelo final da década de setenta, certa noite de muita escuridão e um calor insuportável, por volta da meia noite, despertando com minha cadela se esbravejando. Ouvi vozes a me chamar, logo reconheci. Dei ordem à cadela que recuasse, ela obedeceu. Abri a porta, pela expressão de espanto dos dois elementos, percebi tratar-se de algo grave e sério.
- Pelo amor de Deus! Vamos levar meu sobrinho para um hospital, ele está completamente louco! Assim expressou um dos homens. – Mas tio no estado em que ele se encontra vai quebrar o carro! Afirmou o outro. Diante da situação me senti num beco sem saída. Omitir socorro a um ser humano seria contra meus princípios. Colocar um louco dentro de um fusquinha seria com certeza provocar um acidente.
A vinte quilômetros da cidade, na época nem se pensava na invenção do celular, além do mais, a péssima conservação da estrada.
Saímos em direção ao local, pensado que atitude tomar. Parei a uma distancia de cem metros, aproximadamente daquela casa, aliás, nem parecia uma casa, estava mais para uma tapera, do que propriamente uma residência. Duas cordas de arame mal esticado cercando, aquela desolação.
Fiquei aguardando, um dos elementos que iria comigo até a cidade a fim de mobilizar o policiamento, conforme havíamos decidido. Na casa o garoto de aproximadamente dezoito anos, parecia um touro em seu ritual de briga, urrando, ora parecia um porco, em seu ranger dentes. Assombrado, preparava-me para dar meia volta e deixar ali aquela sena de terror, mas a consciência me deteve. Desci do carro tirei o chapéu fiz o sinal da cruz, rezei a oração que “Jesus” nos ensinou. Rezei por tive medo, medo não, pavor. Pânico mesmo. Nem percebi se houve fé em minha oração. Antes que pronunciasse a ultima palavra, o silencio tornou inóspita aquela desolação. Podia ouvir apenas o borbulhar da água, nas correntes do córrego, a duzentos metros dali. Tomei coragem e fui até a casa, no seu interior os singelos móveis despedaçados, e o pessoal apavorado, parecia ver o demônio. Estavam cheios de hematomas e escoriações, pela tentativa em detê-lo.
Chamei-o pelo nome, ele respondeu como se nada houvesse ocorrido. Convidei a irmos á casa de sua mãe, calmamente aceitou. Levei o tio e um irmão juntos. Durante o trajeto fiz mais umas orações silenciosas. Atravessamos a cidade rumo ao aeroporto onde à mãe residia. Ao cruzar a linha férrea, ele, que até então não havia dito palavra alguma, se manifestou. Perguntando onde estava, e o que fazia naquele lugar. Respondi que: estávamos em Bom Despacho, que ele passara mal e o levávamos à casa de sua mãe. Foi difícil a ele, concordar em ficar com a mãe. Sempre afirmando ter que voltar, pelo compromisso de trabalho do dia seguinte. Fiquei surpreso com o fato ocorrido. O garoto não era alcoólatra, droga naquela época ninguém ali conhecia, nem mesmo a palavra droga, era tão familiar como atualmente.
Alguns dias após, procurado pelo tio para o acerto na despesa do carro, perguntou-me o que teria eu feito com o jovem.
Quem sou eu pra fazer coisa alguma!
Nada fiz... Respondi. Aconselhei a rezar pelo menos uma pequena oração pela manhã diariamente.
O que ocorreu com o seu sobrinho,
É um mal chamado: falta de Deus. Conclui!
Obs:( Imagem do meu acervo pessoal, tomei a liberdade de publicar novamente este conto por considerá-lo como uma lição de vida)