FESTA INESQUECÍVEL
 
É claro uma festa inesquecível, é quando nos atinge, nos move pela emoção, e quando nela nós nos sentimos, de uma forma ou outra como os verdadeiros homenageados, ou seja, nos sentimos bem, seja como partícipe ou  fazendo membro como os homenageados, mas que a alegria nos contamine, e seja espalhadas as emoções para todos os convivas.  
 
Assim foi a festa onde eu e a minha esposa Iara fomos “REALMENTE HOMENAGEADOS”. Não foi apenas uma festa cheia de requintes, onde técnicos em alimentações e decorações foram contratados onde nos ensinariam muitas etiquetas de que isso não pode ser feio e aquilo poderia ficar mais bonito, mas não se pode cometer falhas de etiquetas, senão poderíamos passar por situações desagradáveis.
 
Mas a nossa festa – de todos nós participantes – foi uma festa  “CONSTRUÍDA” pelas pessoas nossas amigas que nos homenagearam, e posso denominá-la de  ‘UMA FESTA INESQUECÍVEL” -  por isso vou narrar os nossos melhores momentos e tenho certeza que vou tocar nos corações de vocês.
 
Foi uma festa comemorativos aos nossos 30 anos de casados e bem vividos. Eu já tinha completado 68 anos e 03 meses de idade, e minha esposa estava na sua juventude de 50 anos, e tinha como temática uma festa havaiana que não era para comemorar os nossos famosos chinelos havainas, mas, sim em homenagem aos povos nativos da ilha do Havaí, que tem uma cultura nativa e muito festiva sem se preocupar com  detalhes técnicos, mas tendo como foco o divertimento. Era aquilo queríamos, sem a preocupação com o luxo, mas o que almejávamos, era o verdadeiro sentido da festa, que foi coroada de êxitos, num lugar de paisagem nativa exuberante. Esta festa aconteceu no dia 26 de Novembro de 2011.
 
Eu a Iara chegamos com cangas brancas e colares que lembravam a cultura Havaiana - os participantes eram brindados com colares havaianos, ao entrarem estavam com trajes típicos da temática escolhida. Começamos a caminhar acompanhado da linda jovem Isabele, que transportava as nossas alianças que seriam por nós trocadas, onde tínhamos como  objetivo a confirmação da nossa decisão tomada há trinta anos.  
 
Nossa caminhada inicial foi por uma alameda de pedras rústicas da própria região, contendo em suas laterais tochas que ali estavam para que além de um adorno aconchegante e caloroso, mas que queriam manter ou até mesmo tornar mais “caliente” a nossa união.
 
 Quando chegamos à ante-sala do evento, ouvindo como fundo musical, AMIGOS PARA SEMPRE - fomos recepcionados com os aplausos e gritos dos presentes e com os estrondos dos lançadores de confetes que nos encobriram com os enfeites, caindo sobre nossas cabeças, gentilmente oferecidos como surpresa pelos sócios Lauri e sua esposa Ruth. Aí eu me emocionei, mas aguentei engoli a minha emoção e a segurei  no coração.
 
Então ficamos em pé em frente a uma mesa, era uma mesa simples, e não precisava ser melhor, pois a nossa vida é também simples. A nossa frente estava mais uma sócia a Nina, que serviu como a nossa mediadora, proferindo as mais lindas palavras sobre a felicidade dos bem casados “que estamos incluídos” e depois de perguntar se nós nos aceitávamos  como marido e mulher,  e logo veio um sim e mais outro sim.
 
Eu coloquei no dedo da Iara uma linda aliança com brilhantes, não pelo valor da aliança, mas com 30 anos de casado, ela mereceria muito mais. Eu queria lhe dar uma aliança contendo os brilhos dos diamantes, para lembrar-lhe dos brilhos que ela sempre transmitiu para a minha vida. Após a Iara colocou a aliança no meu dedo, finalizamos com um beijo emocionado, e a nossa mediadora nos desejou  que continuássemos nos amando para sempre. É o que pretendemos.  E a música Amigos para sempre que eu também a considero ser como o nosso romance, “uma música para sempre” continuava a tocar.
 
Não sou propício a falar em público, mas tive que falar algumas curtas  palavras, afinal chegamos aos 30 anos de casados. Apoderei-me do microfone, e disse:  - Iara tu te lembra de trinta anos atrás quando nos fizemos o nosso casamento oficial, e quando a  minha irmã Nara, ao me cumprimentar, me disse: Neri como tu estás tão feliz no teu casamento,  tu está radiando esta felicidade. E Agora minha irmã, aquela aliança fininha que eu estava ostentando, há 30 anos, hoje estou trocando por uma bem maior, pois o nosso amor cresceu, vencemos as diferenças, e eu continuo com aquela mesma felicidade que tu te referiste.  Tu estavas certa minha irmã são palavras sinceras, ditas em momentos certos, que nunca se apagarão. 
 
Então vem o presidente do clube, Mr.Collins  (ele é inglês), colocou as mãos e nossos ombros e  queria nos dar uma lembrança de felicitações e nos brindou com duas “escovas de dentes”, para que nós continuássemos o nosso romance por muito, muitos e muitos anos. Foi uma simples lembranças que com seu grande significado, nos tocou bastante. Em seguida o presidente apresentou a sócia e dançarina Lila,  que nos homenageou com uma dança sensual ostentando dois cálices contendo velas acessas dando mais calor a nossa união, que acabou mexendo ainda mais com os nossos corações valentes. Tudo estava se tornando realmente uma festa inesquecível e inigualável.  
 
Entramos na parte principal do salão de festas do clube, que é uma cabana rústica que dá um grande charme para o local em que foi destinada, toda adornada com temas que lembravam as festas do Havaí, com palmeiras, flores e frutas, feitas com muito carinho pela Tata, que me disse - eu fiz isto com muito carinho, porque eu era e sou sua fã desde os tempos que tu te apresentavas como Scaramouche. Obrigado Tata por este carinho.
 
Olhem como foi uma festa construída pelos nossos amigos.  – Gerson quanto tu vai me cobrar para assar aquele galeto que tu sabes fazer com  maestria – nada, pois que tem amigos, sempre pode contar com eles e vou levar o Nestor comigo e vamos fazer o melhor de nós para a tua festa. Hã. Como é bom ter amigos, lembre-se disso.
 
 E essa que ouvi do Nestor.  O Pedro ao me mostrar as fotos da Festa. Veja Neri o sorriso do Nestor com o espeto cheio de galetos assados, mas preste atenção, que é um sorriso de alegria ao fazer umas das coisas que ele mais gosta. Achei uma das melhores fotos. As fotos devem ser vistas como uma forma de meditação consciente, e interpretadas nos seus detalhes e ver o que a foto nos transmite nas suas mensagens. O Nestor mostrou a sua mensagem de alegria consciente naquela foto.
 
Mas vira o Vicente, concentrado na feitura da polenta, parece que ele queria dizer. Esta polenta vai ter que dar certo. E Deu. E a alegria dos amigos e Gerson e Nestor, festejando o seu sucesso por uma coisa que fizeram bem e agradaram, estava se abraçando, e comemorando, mas cá entre nós, será que era só comemoração, ou também nós poderíamos perguntar: era namoro ou amizade?  
 
 E a Nina extrovertida e animada, sentada numa mesa tirando fotos para guardar nas suas recordações os melhores momentos para futuramente reviver seus períodos de alegrias bem vividas.  Recordar é reviver.
 
Notaram que a Sofia, com os óculos, maiores do que seus olhos precisavam, abraçando o seu marido Pedro que estava com seu grande sorriso, desfrutando seus belos momentos, pois é justamente encontrando-se com seus amigos, que ele se sente mais feliz, e ainda mais com aquela guria lhe abraçando! Que a felicidade os acompanhe.
 
 Não posso deixar de citar, o musculoso do Vicente mexendo aquela polenta empaçocada, que sem o seu desempenho ajudado pelos músculos avantajados, não ficaria tão deliciosa como ficou. Mas ele estava muito bem acompanhado pela sua esposa Vera, num grande sorriso, esbanjando simpatia e felicidade. Pô. - Vicente onde tu conseguiste esta tua gatinha? É - enfim todos estavam contagiados pela felicidade. Pois festa é para isso.
 
E também tinha mais aquelas fotos dos...  - bem - eu não poderia falar das atitudes de mais 80 pessoas - vejam vocês mesmos as fotos e façam as suas considerações, será muito engraçado.   
 
 Um pouco antes da festa, estava o Gerson e o Nestor amarando suas indumentárias como uns verdadeiros e respeitados chefs, pois estavam se preparando para mostrar os seus potenciais em gastronomia.  
 
  Vanderlei, mas tu que sabes servir as pessoas deixando com inveja o melhor barman. Quanto tu vai me cobrar para servir com cortesia que é próprio da tua pessoa, os nossos convidados. Nada.
 
 Mas então me dirigi para a Adriana. – Adriana, e quanto tu vai me cobrar pela feitura daqueles doces enfeitados e com sabor especial que só tu sabes fazer. Nada.
 
 É mas temos o bolo, este eu sei que dá um grande trabalho para confeccionar. Néri que além de ter outros talentos, mas para tu fazer um belo bolo condizente com a grandiosidade da nossa festa. Quanto tu vais me cobrar para misturar todas aquelas gostosuras, que depois de meche-las de uma forma certa, colocar um pouco de cada ingrediente, medir as quantidades, para que o sabor fique ao gosto de todos. Nada. Fiquei muito contente quando fui buscar aquele gostoso e enfeitado bolo que dava pena de comê-lo de tão lindo que estava.
 
Então é ou não é uma festa feita por um complô de pessoas que queriam nos ver felizes, e judiar de nós pelas emoções. Eu só tive o trabalho de  comprar os ingredientes, ou melhor só pagá-los.
 
 Continuando com o complô, fui falar com a sócia Sofia que se propôs como uma verdadeira conselheira de casais nos dando as melhores orientações sobre como devemos nos conduzir com os cerimoniais das alianças. E nós seguimos os seus conselhos e tudo transcorreu de uma forma maravilhosa.
 
 Mas não poderíamos deixar seu marido que estava convalescendo de uma gripe, sem fazer nada, e ele foi “convocado” a produzir as fotos da prova da grande festa, uma colaboração que não requeria muito esforço físico, “isso que ele queria mesmo era fazer a polenta. Olha só do que ele se livrou”. - Eu perguntei ao Pedro como brincadeira - tu sabes da equipe de amigos que está trabalhando em prol da festa, são pessoas de primeira linha, e tu por acaso tem uma máquina condizente com o resto da equipe?  - Pô, Neri tu já viu a minha atual máquina que eu trouxe da minha recente viagem ao exterior – ela é HD, filma e fotografa em alta definição, e ainda pode ser operada em 3D. Deu-me uma esnobada. Mas era o que nós precisávamos para fazer as melhores fotos do evento, e o Pedro já estava  “contratado.” HEHE.
 
Para elaborar a melhor polenta, acompanhada de um molho e mais o queijo, quem melhor seria senão um gringo, morador lá pelas bandas de Farroupilha e meu vizinho de cabana na Colina, grande apreciador e eu acho até mesmo sem ofensas a sua esposa Vera, também um grande amante de vinho, e porque não iria ficar responsável pela compra do vinho na cidade de Nova Pádua.
 
 Quando ele se posicionou com a sua indumentária, sem esquecer daquele chapéu branco, e alto, com um enfeite na sua parte do extremo superior, mas que estava caído dando a impressão de que o esforço estava bastante solicitado. Tinha em mãos aquele mexedor de polenta de madeira, que eu diria ser uma pá, ou mesmo um remo, e ai de quem reclamasse da polenta com ele segurando aquela arma.  Pegou no pesado mexendo, mexendo e suando, e só posso lhe agradecer pela sua adoção ao nosso “programa tudo pela saúde”.
 
 Como a nossa vida na Colina, é frequentado pela maioria de casais, e as esposas, Vera, Lora, Sofia, e a Marlene se integraram na ação e com os exercícios feitos, eu poderia dizer que aderiram ao “programa tudo pela saúde”. Haha.
 
Mas o esposo da Lora, o Bita, também estava lá em volto na cozinha, um pouco ajudando os cozinheiros e servindo. Não parava quieto, mas acho que era para baixar um pouco do seu excedente peso de 100 kg, mas que mais tomava cerveja do que trabalhava, mas foi dos que levou mais a sério, pelos seus movimentos, e encarou com mais afinco o “programa tudo pela saúde” ou quase tudo - se não fosse à cerveja. Hehe.
 
Hã mas se não fosse o sócio Chico, colocando as suas músicas, que pela experiência que tem, acabou escolhendo um grande repertório, tendo agradado com louvor a todos os dançarinos, que fizeram a sua parte no salão. E olha que tem gente dançando muito bem. É mas tem os que mais pulavam, cantavam e gritavam, colocando para fora as suas adversidades urbanas.
 
Mas quantas pessoas estavam nesta festa?  Então tivemos que contar com o nosso amigo Tuca, que é além de um contador de histórias, sempre se prestou para contar o número de pessoas que fazem parte das festas da Colina. E aí começou: 1, 2, 3... 80 esperem estão chegando mais alguns, calma me atrapalhei um pouco, é, mas passou das 80 pessoas.
 
 Obrigado toda esta gente por terem vindo para abrilhantar mais esta festa dos nossos 30 anos de casados, e mais uma festa da Colina do Sol.  
 
Quando eu anunciei num evento anterior, sobre a nossa festa na Colina, eu participei que nós tínhamos casados por 30 anos, e em conseqüência conseguimos adquirir todas as tralhas, e até tínhamos coisas a mais - e o mais importante, era o comparecimento das pessoas, para que a nossa festa, fosse compartilhado com todos os presentes, o que realmente tornou a nossa troca de alianças como uma festa inesquecível, pois ela foi construída pelos nossos amigos.
 
Obrigado especial a vocês, meus amigos, que trabalharam em complô no bom sentido, levando em consideração a amizade nossa e da Colina, ajudando muitas pessoas a se divertirem, rindo e esquecendo os incômodos da vida na cidade. Que suas vidas lhes sejam longevas, pois quem se diverte, atraí saúde e terão uma vida digamos “bem vividas” -  palavra de escultor - vocês conseguiram transformar esta festa, numa “obra de arte”.
 
Para finalizar, abrimos espumantes e fizemos um brinde geral a nós e a nossa amizade colineira, Mas o baile continuou. E eu, a Iara e todos os convidados, vivemos mais um dia muito felizes e inesquecíveis.
 

 
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 22/09/2021
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