Escambo em pleno século XXI
Tem coisas que a gente não se esquece. Certa vez, há algumas décadas passadas, vivíamos um verão daqueles de queimar a pele, as praias eram o destino de muitos paulistas e brasileiros de vindos de todos os outros estados.
Os bares e quiosques lotados, e a cerveja como era consumida em grande escala, chegava a faltar, o que não acontece atualmente.
Antes de descer a serra, eu e minha namorada, fomos há um casamento numa cidade distante uns duzentos quilômetros da capital.
Lá, ao ir fazer umas compras para nosso anfitrião, percebi que ainda restava três caixas de cervejas nas prateleiras do supermercado, e como meu destino seria a praia, resolvi comprá-las. Coloquei-as no porta-malas do carro e voltamos para a capital, isso era uma quinta feira. Na sexta descemos para o litoral. O fim de semana prometia, céu azul, mar refrescante e delicioso, praia lotada.
Estávamos em Ilha Bela, um dos cartões postais do Brasil. Entre um mergulho e outro, bateu a fome, escolhemos um restaurante a beira mar, pedimos uma porção de camarão e outra de lula a doré, e como a cerveja estava escassa, seu preço atingia as alturas. Foi aí que fiz uma proposta para o gerente do restaurante, vamos pagar a conta com latas de cerveja, como o preço sairia bem mais baixo para o estabelecimento, o gerente topou, provavelmente ele as revenderia por um preço maior.
Fechou a conta, e dividiu pelo preço de cada lata, comemos e bebemos durante o fim de semana por conta de um escampo em pleno século XX.