ENTREVISTA EM LIMA  
Horário marcado, fui ao escritório do empresário, já falando um portunhol me apresentei. Aqui está o meu currículo, minhas fotos, meu estilo de luta. Estou a sua disposição para tentar participar da sua turma de lutadores. Fiquei na espreita sobre a nossa festa de chegada com os outros dois lutadores, mas o empresário não falou absolutamente nada, eu acho que ele não ficou sabendo, Ou fez que não sabia, pois ele já tinha boas referências minhas anteriores. A sorte estava a meu favor. Ou melhor eu fui salvo pelo gongo. Após as conversas de apresentação e o regulamento da empresa, ele me propôs o seguinte: Eu não sei se tu vais ou não agradar o povo, de qualquer maneira eu te contrato por um mês, independente do resultado, depois de deixo liberado, ou te contrato um pouco mais. Acertamos uma luta as Sextas e outra aos Sábados, pagamento após os finais de cada lutada era só pegar o envelope, com o dinheiro, arrecadado pelas bilheterias. YUUUU. Primeiro eu deveria assistir uma noitada, e na próxima eu já era escalado para atuar. Assim eu estava empregado por um mês e já teria dinheiro para voltar. Quando eu assisti as lutas, notei que era um pouco diferente das quais nós éramos acostumados aqui no Brasil. Os lutadores faziam muitos tipos de chaves e as lutas eram um pouco paradas visto do ponto da platéia. Mas era assim que eles queria, então eu copiei e vamos lutar ao gosto deles. Eu procurei fazer algo similar, para agradar o povo, como o empresário disse para mim. Não deu certo. O empresário me chamou no seu escritório, e disse-me: - mantenho a minha palavra, mas tu não agradaste, com a gente esperava. Vê o que tu podes fazer para melhorar. Então agora fui eu quem lhe disse: - deixa–me fazer o meu tipo de luta, mas tu me escalas com Bobby Olson, pois eu tinha lutado com ele no Brasil. Assim foi feito, eu falei com o meu oponente, e disse-lhe que eu precisava impressionar o empresário e os assistentes. Ele concordou e marcamos por conversas, dentro da Pension San Martin, o que deveríamos fazer. Aí fizemos uma luta super ágil, com acrobacias, com mortal de cima da corda por cima do adversário, minha marca de luta, E na saída ao término da luta, sai de cima do ringue, com um salto mortal, também era minha marca de luta. Uma marca minha e que foi registrada comigo mesmo. Meu oponente era um grande lutador e um artista, que criou um enorme ódio na platéia. O público veio abaixo e consequentemente também agradou o empresário. Depois sim fizemos uma comemoração, sem bebidas, já que meu oponente era um dos que aprontaram comigo na minha chegada. Em decorrência da luta com o Bobby Olson, e lutar dentro do meu estilo, O meu contrato, foram alguns meses a mais do combinado e só saí quando fui contratado pelo empresário da Bolívia, Pois eu queria conhecer mais além do que a cidade de Lima. As lutas minhas deveriam ser bem rápidas, mais aproximadamente três minutos, e quando o público queria ver mais, era para interromper o combate e vencer o adversário. Fique conhecido com um ídolo em Lima, sempre fazendo as lutas finais e semifinais, que eram as mais atrativas.
“O BOM É FAZER O SEU JOGO, DA SUA MANEIRA”
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 15/09/2021
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