CHEGANDO EM LIMA
PARA LUTAR
PARA LUTAR
Na noite posterior a minha chegada em Lima, conheci dois lutadores, um mexicano e outro local, os quais me convidaram para irmos num bar, como eles mesmos falavam, “vamos chupar um par de cervejitas” Eu, como recém tinha chegado, e queria comemorar, muito embora eu não tenha o costume de beber, topei o convite. Entonce vamos chupar um par de cervejitas. Não sabia em que enrascada eu iria me meter. Bebemos além de um par de cervejas, e fomos dar a continuidade em outro bar, para o qual tomamos um táxi, e ai mais beberagem. E eu já estava perdido em Lima. Os dois criaram uma confusão, fomos colocados fora do estabelecimento, depois de termos pagos as despesas, e fomos para dar de cara noutro bar, onde mais pares de cervejitas foram consumidas, e eu não sabia em que local da cidade nós nos encontrávamos. Então os dois lutadores brigaram de novo no banheiro, quebraram a porta, eu tentei separá-los, apesar de estar bêbado, mas consciente do que estava fazendo. Consegui fazer com que pararem com a briga, mas usando técnicas de lutas. Depois de eles terem se acalmado, enquanto eu estava conversando, com o dono do bar, porque ele queria ser ressarcido das despesas da porta do banheiro. Neste ínterim os dois lutadores se mandaram, e me deixando sozinho na parada, ou seja, fugiram do bar e das despesas. O dono disse que tinha chamado a policia e junto com seus capangas me detiveram, e queria o valor da porta e o pagamento das bebidas. Então eu fiz os respectivos pagamentos em cruzeiros, e o dono disse que me eu estava liberado. Que sorte, agora só falta saber onde é que eu estou e onde que fica a Pension San Martin. E saber tudo isso bêbado, ficava meio difícil. Ao sair do bar e acessar a rua, e perdido dei de cara com dois carrões importados, da polícia, os quais me deram voz de prisão, me revistaram, falei para eles que eu já tinha acertado com o dono do bar sobre a despesa da porta, e ele tinha me liberado. Nesse instante apareceu um cara estranho e deu uma carteirada nos policiais, e pediu que ele tomaria conta sobre o meu caso. Os policiais olharam a carteira dele e me liberam. É eu pensei que tinha vindo um anjo da guarda, oriundo do céu e me salvado. O cara saiu junto comigo caminhando e a seguir me indicou um caminho que seria a direção da Pension San Martin. Logo pediu-me dinheiro por ter me livrado da polícia. Dei-lhe 10 reais, mas ele queria mais. Deme mas plata brasilenha. Disse-lhe que não tinha mais dinheiro, e lembro-me de tê-lo empurrado, e acho que ele sentiu a força do empurrão, pois era um empurrão do Scaramouche e bravo. Mas o achacador acabou desistindo da sua intenção. Saí pela noite adentro sem saber qual a direção certa tomar. É um pouco de azar nos dois primeiros dias que cheguei, conheci dois oportunistas, querendo levar vantagens. È bem mais dificultoso enfrentar estes tipos em outras paragens, do que no Brasil. Sem rumo e bêbado nas altas horas da noite, sem saber para que lado eu iria, a única coisa que me lembrava, era da Plaza de Mayo. Fui perguntando pela Plaza de Mayo, que era muito conhecida, e que acabei chegando ao meu endereço, após muita caminhada, acho que mais de uma hora. Bati na porta da Pension San Martin e o atendente, se levantou e a abriu para mim. Sem acender a luz, entrei até chegar ao meu quarto, mas antes, derrubei algumas cadeiras da área reservada as refeições que eu deveria passar. Ainda lembro das palavras do atendente, “Oque se passa brazilenho esta borracho”. Deitei e dormi até as 10 do dia seguinte. Comecei a pensar naquele dia anterior das encrencas, e no próximo dia eu teria de fazer uma entrevista com o empresário para iniciar a minha temporada de lutas. Se ele ficasse sabendo da enrascada que me meti, provavelmente iria pensar, erradamente, que eu era mais um borracho que iria causar problemas para ele. Pior, é que eu não possuía mais dinheiro para voltar, teria o suficiente para pagar algumas diárias da Pension. “EM TERRAS DE ESTRANHO, O BOM É SE COMPORTAR”