Trinta anos numa noite...?
Fui visitar o mano menor - só por um lustro - Joe, na passagem de seus 60 anos. A viagem de ônibus Belo Horizonte-São Mateus, ES, foi bem tranquila. Confortável, embora sedentária de umas treze horas, atravessando paisagens de se guardar na memória, vistas sobretudo ao amanhecer quando formações rochosas gigantescas vão se sucedendo nas margens da estrada, de molde a deixarem de queixo-caído o famoso Pão-de-Açúcar do Rio de Janeiro.
Das duas ou três paradas que houve, desci apenas na derradeira, já em terras capixabas, para mijar na Palha. São José da Palha, se a memória me não falha.
Apeado na rodoviária, sentindo-me descansado e fresco de todo, à exceção das abluções matinais habituais, tomei um táxi para a casa do Joe que se enclausurava no condomínio relativamente próximo. Corrida de uns dez minutos, dependente do tráfego, o condutor assegurou-me...
À entrada do condomínio, composto de umas duas dúzias de residências, da janela do táxi, pergunto ao porteiro sobre a localização da casa do Joe.
A resposta vem-me de chofre, também em forma de indagação, que não sei como contestar:
- O senhor é pai dele...?