CACHORRO DE FATEIRA
Numa determinada época aqui no interior no Nordeste, havia tertúlias e festas dançantes entre os jovens, moças e rapazes, em vários dias da semana, sobretudo nas férias. Certa vez, alguns amigos jovens e parentes se divertiam num pequeno comércio com bar, esperando a festa na mesma rua começar; e de repente, um deles se levantou e ao sair na calçada e ouvir o som das músicas lá da tertúlia que acabara de começar, ficava contínua e insistentemente chamando por um dos seus amigos: “Vamos, Fulano, a festa já começou! Vamos... Já começou!”. E de tanto repetir isso naquela noite, o alegre proprietário daquele pequeno comércio, disse: “Aquele menino está mais inquieto do que cachorro de fateira!”. E logo foi explicando: “A fateira, quando está tratando e limpando os mocotós e o fato do boi, lá no rio ou em poços, para fazer panelada ou dobradinha, seu cachorro fica perturbando o tempo todo, querendo comer ali um pedaço das entranhas e miúdos do animal abatido; e só se acalma e fica quieto quando ela, a fateira, corta e lhe dar um pedaço das vísceras bovinas, do fato.”.