ADRIANO E AÇUCENA

Aos que vissem de fora o pacato vilarejo não imaginava a tamanha da história de Adriano e Açucena. Suas vidas tinham tudo para dar certo, até o momento em que ambos por descuido da vida casaram--se com cônjuges paralelos. Deveriam deixar os corações falarem mais alto. Lutarem de uma vez, um pelo o outro. O receio do não falou mais alto. Adriano casou-se. Teve filha. Sem que a cônjuge soubesse da razão, colocou-a o nome da amada. Açucena fez o mesmo com o filho primogênito e sucessor: Adriano e Adrian. Aos que não conheceram suas histórias, acharam lindo o nome de Açucena.

O tempo passou. Adriano e Açucena em segredo guardava o infinito amor recíproco. Viviam se enganando. Alegavam-se a si mesmo que o tempo foi capaz de curá-los. O tempo não cura ferida. O tempo só é capaz de ensinarmos a encarar. Quem cura, é medicação e só de carne.

O tempo passou. Os objetos que Adriano e Açucena tiveram para homenagearem seus infinitos amores, criaram pernas e asas. Eles se casaram. Se apaixonaram. Adriano e Açucena lutaram para que os filhos vivessem suas histórias. Despejaram todos os sonhos nos filhos. Com o passar do tempo, eles viuvaram-se. E toda a história, reescreveram em suas vidas.