JOAQUIMEDES SALVADOR

A cidade estava no maior alvoroço. Joaquimedes Salvador, o então prefeito, por mais uma vez dava um dos seus chiliques. Se de um lado, o próprio cativava o povo com a sua santa honestidade, do outro, sempre surpreendia com um dos chiliques.

Farto de tanto nome estrangeiro ao povo nato da pacata cidade “Onofre Mendonça”, Joaquimedes Salvador preocupou-se com a epidemia que de um modo silenciador desrespeitava as regras ortográficas da Língua Portuguesa. Joaquimedes Salvador sancionou a lei vetando qualquer nome estrangeiro ao recém-nascido em “Onofre Mendonça”. Perante a lei 3104/2099, somente os nomes nacionais haveriam de prevalecer aos recém-nascidos: Maria, Sebastiana, Joramildes, Josefina, Benedita, Joaquim, Berenildes, Joaquimedes, Onofre, Berenice, Arenildes, entre outros.

O povo não gostou. Havia pais de uma linda criança de um rostinho angelical, olhos de esmeralda, dentre outras qualidades, cujo seus sonhos eram de dá-la um nome estrangeiro. Entretanto, tiveram a angústia de verem a tal filha recém-nascida sair com o registro civil de “Onofrência Marcolina”.

Juntos de outros pais, descontentes com a tal lei, foram às ruas derrubarem o tal decreto. Deu muito que falar. Deu muito bafafá. Resumindo, os “Onofrenses Mendonças” saíram sem a vitória a granjear.