AS LÁGRIMAS DA SAUDADE
Eu estava no advento da juventude, com menos de quinze anos quando meu saudoso pai adquiriu o primeiro aparelho de rádio, coisa inédita na comunidade e na vida da gente, era um bem caríssimo diante dos recursos financeiros e da vida modesta que levávamos. Foi uma alegria imensa, não só para nossa família, como também aos agregados que prestavam serviços ao meu pai. Éramos uma só família, patrões e empregados com o mesmo valor.sem discriminação. A pequena sala de nossa casa e espaço do terreiro à sua frente ficava repleta de gente a noitinha, no horário dos programas com as duplas sertanejas. Tonico e Tinoco, Nenete e Dorinho, Alvarenga e Ranchinho e outros tantos que marcaram épocas e fizeram sucesso. A exemplo de os três batutas do sertão, Torres, Florêncio e Castelinho que iniciavam e encerravam sua programação cantando uma musica, que fez tanto sucesso como o próprio trio, uma propaganda de sabão minerva em pedaços, com um refrão. Que caiu na graça da mídia e era cantada até pelas crianças.
Nego do Baldo apelido de um senhor idoso, com sua família numerosa, cujos filhos, praticamente eram responsáveis por todos os trabalhos da fazenda, garantindo com sua mão de obra nas lavouras e demais serviços.
Este senhor era de poucas palavras, mas honesto e responsável, era presença assídua no trabalho e fiel ouvinte no rádio, principalmente aos domingos de manhã, horário em que meu pai acertava com eles o trabalho semanal. Reunidos na sala, com rádio ligado no programa sertanejo. Inúmeras vezes, após uma moda caipira cantada,eu o admirei, vendo fluir dos seus olhos duas lágrimas e descer naquele seu rosto queimado pelo sol e enrugado pelo o tempo. Imaginava sempre o porquê daquela emoção. Só agora numa idade com a qual, já ultrapassei a dele,eu pude compreender que aquelas lágrimas são as lagrimas da saudade fluídas pelas lembranças do tempo que é o senhor da vida que passa num estalar de dedos. Atualmente sou eu, que inúmeras vezes, ao escrever ou ao ler algo, sou forçado a interromper por alguns minutos, para enxugar as lágrimas da saudade, que rolam no meu rosto sulcado pelo tempo.
Obs: (Foto goglo)
Eu estava no advento da juventude, com menos de quinze anos quando meu saudoso pai adquiriu o primeiro aparelho de rádio, coisa inédita na comunidade e na vida da gente, era um bem caríssimo diante dos recursos financeiros e da vida modesta que levávamos. Foi uma alegria imensa, não só para nossa família, como também aos agregados que prestavam serviços ao meu pai. Éramos uma só família, patrões e empregados com o mesmo valor.sem discriminação. A pequena sala de nossa casa e espaço do terreiro à sua frente ficava repleta de gente a noitinha, no horário dos programas com as duplas sertanejas. Tonico e Tinoco, Nenete e Dorinho, Alvarenga e Ranchinho e outros tantos que marcaram épocas e fizeram sucesso. A exemplo de os três batutas do sertão, Torres, Florêncio e Castelinho que iniciavam e encerravam sua programação cantando uma musica, que fez tanto sucesso como o próprio trio, uma propaganda de sabão minerva em pedaços, com um refrão. Que caiu na graça da mídia e era cantada até pelas crianças.
Nego do Baldo apelido de um senhor idoso, com sua família numerosa, cujos filhos, praticamente eram responsáveis por todos os trabalhos da fazenda, garantindo com sua mão de obra nas lavouras e demais serviços.
Este senhor era de poucas palavras, mas honesto e responsável, era presença assídua no trabalho e fiel ouvinte no rádio, principalmente aos domingos de manhã, horário em que meu pai acertava com eles o trabalho semanal. Reunidos na sala, com rádio ligado no programa sertanejo. Inúmeras vezes, após uma moda caipira cantada,eu o admirei, vendo fluir dos seus olhos duas lágrimas e descer naquele seu rosto queimado pelo sol e enrugado pelo o tempo. Imaginava sempre o porquê daquela emoção. Só agora numa idade com a qual, já ultrapassei a dele,eu pude compreender que aquelas lágrimas são as lagrimas da saudade fluídas pelas lembranças do tempo que é o senhor da vida que passa num estalar de dedos. Atualmente sou eu, que inúmeras vezes, ao escrever ou ao ler algo, sou forçado a interromper por alguns minutos, para enxugar as lágrimas da saudade, que rolam no meu rosto sulcado pelo tempo.
Obs: (Foto goglo)