Advogado bem sucedido...?
Era um desses advogados brilhantes, que mesmo não pegando casos da lava-jato, ganhava rios de dinheiro. E isso lá nos Estados Zunidos, onde tudo está nas mãos dos attorneys, os advogados, ou adevogados, como querem alguns.
A cidade onde esse nobre causídico vivia era um cidade média, dotada de tudo em matéria de aprazível, segura, e prática. Tinha aeroporto, com voos regulares para as grandes cidades do país, campos de golfe, academias, universidade, as igrejevangélicas, é claro, e belas construções. Mas tinha seu cinturão de pobreza, de necessitados.
E como bons cidadãos, tinha lá uma turma rotaryana, lyonista e maçônica que fazia muito para assistir os menos aquinhoados, e um pouco mais para ilustrar suas biografias. Afinal, perante a sociedade
essas necessidades se complementam, se conjugam e se retro-alimentam.
Esse nosso brilhante jurista no entanto não estava filiado a nenhuma das
instituições filantrópicas. E isso foi notado. E a boca pequena, fartamente comentado. Até que um dia, uma comissão de líderes se formou e foi bater à porta do indigitado.
Após uma animada troca de gentilezas e platitudes, um dos visitantes
avançou um passo e, de forma mais elegante possível comentou com o anfitrião o quanto sua presença enriqueceria os movimentos filantrópicos da cidade...
O advogado após ouvir tudo atentamente, virando-se para os circunstantes lhes falou:
Os senhores devem saber que tenho uma mãe entrevada, que necessita
cuidados permanentes e crescentes; um irmão atrabiliário que perdeu toda a sua fortuna no jogo e com sua família encontra-se ao desamparo;
um filho viciado em drogas, voraz consumidor e complicado com a Justiça; uma ex-mulher perdulária, que vive viajando para a Europa...ou outro filho em cadeira de rodas depois de um trágico acidente que ainda
teve pesadas indenizações como sequelas... pois bem, meus senhores, esses são os meus parentes a quem eu não dou um centavo sequer...
e como é que os senhores ousam pedir contribuição minha para as suas causas...?