No balanço da rede...
A personagem que segue é um doutor Menezes. Nascido no Brumado, distrito de Pitangui, consta do livro A rede era furta-cor, obra literária única de sua irmã mais velha Ana Bondespacho. Nome assumido, é claro: o de batismo era Geralda, a Jadica...
Os próprios Brumado e Pitangui têm também nomes mágicos nessa história, que se não é triste, tampouco é inglória: Resplendor e Águas Encantadas.
Nascido também no mesmo Brumado, o distrito industrial têxtil de Pitangui, umas décadas depois, consigo encontrar na leitura do livro de Jadica algumas referências que nos foram comuns, da majestosa árvore de cambuí do adro da igrejinha, à figura de Dona Precata, que já conheci bem velhinha, e passando pelo Evaristo, que menos por mim era visto...mas manteve uma seção de padaria, pro pão nosso quando a tardinha já caía.
Sobre o Dr Menezes, que encontrou uma Elza de seus sonhos, e foi morar no distante Triângulo Mineiro, ficou essa historieta, mais real e pungente que uma opereta:
Havia uma senhora sem-teto em Pitangui que vivia a ruar e a arruaçar, e era dada como doida. Sem nome, família ou passado que a identificasse, vivia zanzando e amolando. Um dia cometeu um delito, roubo provavelmente, e foi trancafiada na cadeia local, soltando choros e ca...choros...
Como o estado de seus dentes era pavoroso, teve-os todos extraídos, por alguma razão que bem poderia ser caritativa, estética, ou punitiva...
Mas o fato, foi, arrematou o Dr Menezes, e arremato eu pra vocezes.. foi que livre dos dentes, a velha mulher ficou boa. Boa da cabeça, voltou à vida normal. Seu problema maior estava devidamente mastigado...