Viva Triunfo!!!
Se havia naqueles tempos da minha infância uma cidade mágica, com certeza era a terrinha onde nasci e onde moravam meus avós.
Em Triunfo tudo era encantado, as ruas com calçadas estreitas e terra branca de cidade balneária, tinha pedras coloridas em todos os caminhos e veredas.
Nas nossas caminhadas a vó sempre esperava paciente eu recolher as pedras do chão para a minha coleção, e haviam de todas as cores!
Minha família morava em Porto Alegre, ter nascido em Triunfo foi para a mãe ter o apoio da vó nos primeiros tempos, ainda inexperiente em maternidade que era.
Contudo, foi em Triunfo que enterrei em algum baú encantado no porão da casa da vó todos os meus sonhos infantis e guardei os planos para a vida feliz que imaginava, sonhos alimentados pelo amor incondicional dos avós.
Ambos de forte origem alemã, eram rígidos no comportamento e a disciplina na casa era uma regra básica, por mim cumprida com alegria, pois nas viagens do vô a vó sempre achava um jeito de me mimar com as guloseimas que só ela sabia fazer.
O vô me fez a princesa que eu já era sem saber, nas palavras dele, tudo na vida seria para me tornar coroada com as benesses reservadas aos escolhidos. E eu fora escolhida a neta favorita com direito a colos acolhedores e historinhas no inverno dentro do pala dele, com cheiro de cigarro de palha, em frente ao fogão à lenha.
Naquele colo nada me aconteceria, o lobo mau jamais se atreveria a me importunar porque seria destruído pelo vô instantaneamente.
A vó quando ia visitar as amigas me levava junto, sempre engomadinha, vestidos de boneca, penteada impecavelmente! Ela, hoje o sei, era uma personagem de Almodóvar, muito alta e magra, passou a maior parte da vida dela vestida de luto por meses, para depois de um certo tempo, poder aliviar um pouco as vestes com blusas Petit pois. A cada familiar que falecia ela vestia luto completo.
E me levava no cemitério para arrumar os túmulos e limpar, mas isso fica para outro dia.
Era seca, e seu amor traduzido por ações e cuidados, mas às vezes se derretia e a voz saía doce como as balas que ela fazia em casa.
Teve uma vez que ela veio me buscar em Porto Alegre para me levar para Triunfo, e fomos de vapor – um tipo de navio pequeno.
Corre na família que quando ela me disse:
- Estamos chegando em Triunfo, eu criança, gritei:
- Viva Triunfo!!!
Ela forçando para esconder o riso no meio das pessoas sisudas daqueles tempos me disse:
- Jane, não precisa gritar. E falou com o máximo de rispidez que conseguiu, porque no fundo ficou feliz ao constatar o amor que eu tinha pela cidade e por ela.
Meus mais doces e encantados dias aconteceram na minha cidade mágica de pedrinhas coloridas.
Se havia naqueles tempos da minha infância uma cidade mágica, com certeza era a terrinha onde nasci e onde moravam meus avós.
Em Triunfo tudo era encantado, as ruas com calçadas estreitas e terra branca de cidade balneária, tinha pedras coloridas em todos os caminhos e veredas.
Nas nossas caminhadas a vó sempre esperava paciente eu recolher as pedras do chão para a minha coleção, e haviam de todas as cores!
Minha família morava em Porto Alegre, ter nascido em Triunfo foi para a mãe ter o apoio da vó nos primeiros tempos, ainda inexperiente em maternidade que era.
Contudo, foi em Triunfo que enterrei em algum baú encantado no porão da casa da vó todos os meus sonhos infantis e guardei os planos para a vida feliz que imaginava, sonhos alimentados pelo amor incondicional dos avós.
Ambos de forte origem alemã, eram rígidos no comportamento e a disciplina na casa era uma regra básica, por mim cumprida com alegria, pois nas viagens do vô a vó sempre achava um jeito de me mimar com as guloseimas que só ela sabia fazer.
O vô me fez a princesa que eu já era sem saber, nas palavras dele, tudo na vida seria para me tornar coroada com as benesses reservadas aos escolhidos. E eu fora escolhida a neta favorita com direito a colos acolhedores e historinhas no inverno dentro do pala dele, com cheiro de cigarro de palha, em frente ao fogão à lenha.
Naquele colo nada me aconteceria, o lobo mau jamais se atreveria a me importunar porque seria destruído pelo vô instantaneamente.
A vó quando ia visitar as amigas me levava junto, sempre engomadinha, vestidos de boneca, penteada impecavelmente! Ela, hoje o sei, era uma personagem de Almodóvar, muito alta e magra, passou a maior parte da vida dela vestida de luto por meses, para depois de um certo tempo, poder aliviar um pouco as vestes com blusas Petit pois. A cada familiar que falecia ela vestia luto completo.
E me levava no cemitério para arrumar os túmulos e limpar, mas isso fica para outro dia.
Era seca, e seu amor traduzido por ações e cuidados, mas às vezes se derretia e a voz saía doce como as balas que ela fazia em casa.
Teve uma vez que ela veio me buscar em Porto Alegre para me levar para Triunfo, e fomos de vapor – um tipo de navio pequeno.
Corre na família que quando ela me disse:
- Estamos chegando em Triunfo, eu criança, gritei:
- Viva Triunfo!!!
Ela forçando para esconder o riso no meio das pessoas sisudas daqueles tempos me disse:
- Jane, não precisa gritar. E falou com o máximo de rispidez que conseguiu, porque no fundo ficou feliz ao constatar o amor que eu tinha pela cidade e por ela.
Meus mais doces e encantados dias aconteceram na minha cidade mágica de pedrinhas coloridas.