Desgraça dobrada...?
O Quinzim era capaz de dar nó em pingo d´água para não pegar numa enxada, ou numa pá, vá lá... Cheio de manhas, vivia de expedientes baratos para fugir a qualquer embate com o trabalho. E ia vivendo. Um dia na casa de um, outro dia na casa de outro...e ia faturando, na conversa, um cafezinho, um almoço e até a janta.
Um dado dia, vamos encontrá-lo no sítio de um primo, o Robesquierre, um tanta afastado da cidade. E assim que cruzou a porteira, aproximando-se a hora sagrada do almoço, passa pela vaca leiteira do primo atolada num lamaçal...
E, querendo ser de alguma serventia para animar a um oportuno convite, foi logo soltando a língua, após os cumprimentos usuais...
Mas o que não contava era com a reação dos Robes...:
- Ô Quinzim, como eu tô aqui apartando uns bezerros, me faz o favor de desatolar essa vaca, senão ela pode morrer de exaustão... Cê me faz esse favor?
Ao que Quinzim, com o estômago lá no fundo, responde:
- Tá veno...? É por isso que eu num gosto de dá nutícia ruim, sô...É uma disgraça dobrada...