Há Poder Nos Olhos, Nas Palavras, Nas Mãos...

Por Nemilson Vieira de Morais (*)

Convivi com as três testemunhas oculares dos fatos que discorrerei abaixo: Raimundo, Reinaldo e Neres.

O primeiro, amigo de infância do meu pai, contou-nos que uma vizinha sua colheu algumas pimentas-malaguetas numa pimenteira que havia junto à casa da Fazenda e em pouco tempo a planta morrera. 

Ao ouvir a estória tive vontade de truncá-lo. — Achava não ser uma verdade.

Anos depois, num cenário geográfico distante, ouvi outro relato similar. Liguei uma coisa a outra e cheguei à conclusão deu estar equivocado em querer descordar dessa temática.

É real haver olhos, mãos, palavras, pensamentos, que não são bons.

Não devemos acreditar em tudo o que nos contam, nem duvidar ao extremo também.

Ao retornar à minha casa duma atividade externa, passei na banca de revistas do Reinaldo, no Bairro Sta Mônica para uma prosa costumeira.

O amigo ao ver-me, logo falou-me sobre um fato acontecido com ele, há poucos dias...

Uma senhora, ao ir num Posto de Saúde logo adiante bateu os olhos e elogiou a sua muda de pimenta, duns vinte centímetros de altura, que cultivava num vaso, com carinho e cuidado.

Não deu outra: a plantinha do Reinaldo fora certamente nocauteada (morreu logo em seguida) pelos olhos, e pelas palavras elogiosas daquela mulher.

Ouvi atentamente o causo e tratei de rever alguma dúvida que perduravam em mim, sobre esta realidade.

Na estrada, ainda ouvi o seu Nélio, dentro desse assunto, a contar-me uma história que fundamenta o episódio que conto.

Ao dar uns limões a uma senhora, que confessou achar aqueles frutos as coisas mais lindas do mundo… o limoeiro secou-se por completo no dia seguinte.

A planta servia há anos, à vizinhança, em vitaminas, sem nada de errado acontecer com ela.

Por isso é que vivo a dizer...

Não é mesmo de duvidar que as nossas palavras, olhos e mãos… tenham poder, para o bem ou para o mal.

*Nemilson Vieira de Morais

Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.

(20:12:18)