ENFIM NÃO
Olegário e Telminha namoravam há muitos anos. Na pequena cidade do interior todos conheciam os dois e torciam pelo casamento que haviam programado sempre para o ano seguinte.
E o ano passava e nada de casamento e, assim, Olegário ia adiando o tão sonhado casamento pela Telminha.
Cansado de ver o rapaz enrolar a moça, o pai resolveu dar um ultimato para ele. Se em três meses eles não casassem, esse noivado acabaria e mandaria Telminha para longe da cidade.
Olegário gostava de beber e isso incomodava a moça que disse a ele e ao pai que só casaria se ele parasse com a bebida. Como ele gostava dela realmente ficou os três meses sem beber.
O tempo passou o casamento foi preparado. Igreja e o salão de festas ajeitado, os presentes chegando, doces e salgadinhos na mesa com o champanhe e as taças junto ao bolo dos noivos. O vestido branquinho lindo prontinho para a noiva caiu como uma luva na moça.
Tudo pronto Telminha saiu de casa no carro alugado junto com as daminhas. Os pais foram na frente e os convidados ocupando seus lugares na Igreja.
Os pais dos noivos e os padrinhos no altar aguardavam a chegada do noivo que ninguém sabia onde estava.
Dois amigos dele tinham visto ele no bar e saíram em busca. Encontraram-no bêbado e o levaram para casa, deram um banho e colocaram o terno e o trouxeram para a Igreja.
Telminha já esperava sentada num banco e levantou animada quando viu o noivo sem perceber o grau da bebida e encaminharam para o altar. Ele mal conseguia parar em pé e o Padre começou a fazer a cerimônia. Na hora da pergunta se ele queria casar, a voz saiu embolada e ninguém entendia o que ele falava e o Padre disse desse jeito não tem casamento e saiu do altar.
Tentaram dar um café forte para ele e nada. Telminha chorando jogou o buquê na cara dele e foi embora. Os convidados ficaram e foram comer os doces no salão de festas da Igreja.
No dia seguinte ela foi embora da cidade e casou com outro rapaz e Olegário continua solteiro até hoje.