O alzheimer da irmã Ana
Nas primeiras horas da manhã, por volta das 6h, nossa comunidade de irmãs se reunia para a oração das laudes. Erámos uma comunidade de 10 irmãs. Irmã Ana era uma idosa que sofria de Alzheimer. Era sexta-feira, saí de minha cela uns 15 minutos antes de começar a oração matinal. Encontro irmã Ana descendo as escadas, antes de lhe dirigir um bom-dia, ela pôs a mão na cabeça e gritou assustada:
-- Meu Deus, estou sem véu, e retornou à sua cela para pôr o véu. Não prestei atenção no hábito da irmã, apenas dei um riso.
Entrei na capela e me pus a rezar. Cinco minutos antes de começar a oração, todas as irmãs já estavam na capela, faltava apenas a irmã Ana. Estávamos todas concentradas, ela entrou e foi para o seu lugar.
Uma das irmãs se levantou e começou fazendo o sinal da cruz:
-- Abri os meus lábios, ó Senhor...
Todas nos levantamos respondendo:
-- E minha boca anunciará vosso louvor...
A continuação foi interrompida com uma observação de irmã Joana, incrédula:
--Irmã Ana, cadê sua saia!?
Boquiaberta, olhando para suas partes baixas, saiu correndo desesperada da capela, apenas de anágua.