A LENDA DA PERNA CABELUDA

É exatamente isso que você está lendo: uma perna cabeluda, história que chegou a ser propagada nos quatro cantos do Recife e que assustou principalmente as crianças. E tem mais: era uma perna decepada e que se movia aos pulinhos, ela ainda assim era capaz de matar com seus poderosos chutes, rasteiras, enfim, coisas de que uma perna é capaz de fazer.

A lenda tirou o sono das crianças (e adultos que nunca admitirão) no Recife dos anos 70, crescendo a partir daí. Algumas pessoas alegavam que o pé tinha unhas grandes e podres, já outros, que o pedaço de corpo não era sequer humano. As vítimas eram pegas de súbito geralmente durante a madrugada e sofriam ataques nas ruas e, mesmo caídas, continuavam a ser surradas. Assim contavam aqueles que, mesmo sem ter visto, contavam para os conhecidos.

Essa lenda se tornou símbolo da cultura recifense e durante anos levou crianças a olharem debaixo da cama antes de dormir. Mas, diferentemente da maioria das lendas urbanas essa é uma cujo autor conhecemos: Raimundo Carrero de Barros Filho, jornalista e escritor brasileiro que trabalhou no Diario de Pernambuco durante 25 anos, tendo exercido vários cargos, como os de crítico literário e editor chefe da redação.

Hoje sabemos que se trata de uma mentira espalhada pela cidade e que foi noticiada pelos jornais locais. Teve gente que acreditou mesmo nessa história e tanto é que durante a noite, no escuro, se alguém tocasse na perna de quem estivesse deitado podia esperar um grito de pavor.