O BOBO DO RECANTO
Ele lia tudo quanto era história de terror, ficava extasiado, comentava, dava a entender que viveu aqueles momentos de terror. Para ele quem escreveu um enredo tão tenebroso tem uma mente fantástica. Durante a leitura ele se impressionava e parecia querer interceder em determinada situação, torcia para que o final fosse do jeito que ele esperava, mas afinal não podia decepcionar o autor, a história era dele.
Estava praticamente em todos os contos de terror, mas isso não impedia de ler textos com outros enredos, gostava mais de dar pitaco. Em histórias românticas parecia um bobo, demonstrava ser chorão, lamentava nunca ter tido um amor, dava, porém, a impressão de que amava alguém, mesmo com sua pouca idade, em torno de vinte anos.
Seu nome: Tonho, leitor assíduo do Recanto das Letras, principalmente textos de cunho macabro. Um dia o chamaram de bobo por chorar em um texto romântico (apenas teclara "snif snif snif" em um comentário), mas não se chateou, admitiu ser mesmo um bobo.