OUTRA AVENTURA DOS NOVOS RICOS

 
Seu Octavio, que recebera o nome de Octavio Batista de Assunção, e que nas rodas de amigos era chamado de Octavio Baptista D’Assumpção, por gozação, era casado com Dona Henriqueta e ambos dedicavam-se à plantação de café em fazenda próxima à Serra da Mantiqueira e divisa de São Paulo com Minas Gerais.

Depois de uma boníssima safra nos anos 50, foram conhecer Buenos Aires. Ficaram tão satisfeitos que, nova safra colhida e vendida e, apurados muitos cruzeiros, resolveram ir visitar a França e a Suiça.

Um casal simples, simplório até... No hotel em Paris, Octavio guardou o maço de dinheiro que levou, sob o colchão da cama de casal, deixando nos bolsos somente uma quantia para as necessidades mais imediatas. Naquele tempo não se usava cartão de crédito/débito e nem se imaginava que alguém, um dia, iria pagar contas com o celular.

Depois de alguns dias em Paris, fizeram as malas e prepararam-se para partir a Berna, depois Genebra, de onde retornariam ao Brasil. Contrataram essa viagem com uma companhia local que os levaria de carro. Fizeram o check out e saíram bem cedo do hotel.

Quando se aproximavam da fronteira, Octavio deu-se conta de que o maço de dinheiro ficara sob o colchão, no hotel, em Paris. Que maçada! Como fora esquecer?

Não havia o que fazer pois o dinheiro disponível em seu bolso não dava nem para pagar o chauffeur. E rezar para que ninguém tivesse bulido com seu dinheiro. Que ninguém tivesse tido a infeliz ideia de levantar o colchão...

O jeito foi voltar e recuperar o maço de notas. Muito aborrecimento, vergonha e despesas extras.

Na volta ao Brasil, quando lhe perguntavam do que mais gostara em Paris, ele dizia que havia adorado conhecer os Bois de Boulogne, assim mesmo, como em português, “bois”.



 
Aloysia
Enviado por Aloysia em 12/09/2020
Reeditado em 05/10/2020
Código do texto: T7061527
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