Jogo 13

Sempre as pessoas em Rio do Braço apostavam na Loteria Esportiva. Seo Luís Mendonça trazia os formulários de Itabuna. Os fregueses faziam os jogos, pagavam e ficavam com uma cópia para conferir.

Nessa época, os cartões oficiais eram perfurados por uma máquina. O “Fantástico”, da Globo, às 8:00h da noite de domingo dava o resultado pela TV. As pessoas conferiam jogo por jogo.

Nesse dia, do primeiro ao décimo terceiro jogo, não deu nenhuma zebra. Seo Zacarias saiu conferindo todos e quando acertou o jogo 13, deu pulos de alegria e saiu gritando:

— Tô Rico! Tô Rico!

Nem esperou o resultado das probabilidades do número de ganhadores feito pelo matemático Oswald de Sousa...

Imediatamente providenciou organizar uma festa.

No outro dia, o que tinha de churrasco, caixas e mais caixas de cerveja, peões queimando o dia por conta dele, (dia de segunda-feira), Banda de pífano contratada ao vivo, uma alegria só.

Na terça-feira, dirigiu-se a Itabuna sem dormir, pois amanhecera o dia comemorando.

Quando mostrou o seu cartão perfurado premiado na Caixa Econômica Federal, qual não foi a sua surpresa! A rodada da loteria esportiva segundo o matemático Oswald de Souza, pelo fato de não ter dado nenhuma zebra, todos na coluna um, só uma coluna dois, um empate e só os favoritos ganhando, proporcionou milhares de ganhadores! E para cada um, a mixaria de 129,00 cruzeiros, o equivalente a uma grade de cerveja.

Seo Zacarias quase dava um treco e teve que trabalhar cinco meses para pagar a conta da festa.

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* Esse texto é uma das várias histórias contadas no livro "Rio do Braço" (Romance Histórico) de Osman Matos, publicado em 2015 pela Editora Mídia Joáo Pessoa, PB (LANÇADO EM 2016 NA ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS) e pela Amazon.com nos formatos e-book e impresso, 2017.