O chutaço
Cecílio brincava também na escadaria da igreja. Morria de medo de um túmulo por detrás da igreja e do Casarão de 1927, por causa do assoalho de madeira...
O povo dizia que o Casarão era mal assombrado, mas era ilusão do povo. Não era mal assombrada, mas tinha uns morcegos que voavam a noite e faziam um barulho danado!
Um dia, havia “alguém” subindo as escadas... Ele ia: tuco, tuco, tuco, subindo degrau por degrau. Achou de incomodar, à noite, logo quem? O Delegado que morava no sobrado. Este, ao ouvir um barulho, pegou o revólver, apontou de cima pra baixo pela escada de madeira nobre, toda em Jacarandá, e perguntou:
— Quem está aí?
Era uma pessoa subindo as escadas! Todos tensos! Benzia-se D. Arlete: reuniu e abraçou as crianças em uma única cama...
Quando acendeu repentinamente a luz pra ver quem era, qual não foi a surpresa do delegado! Era um sapo cururu gigante!
Olha, ele ficou tão chateado que deu um chutaço no sapo tão forte que o espatifou na parede!
— Misericórdia! Disse a mulher do delegado ao saber do resultado do episódio.
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* Esse texto é uma das várias histórias contadas no livro "Rio do Braço" (Romance Histórico) de Osman Matos, publicado em 2015 pela Editora Mídia Joáo Pessoa, PB (LANÇADO EM 2016 NA ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS) e pela Amazon.com nos formatos e-book e impresso, 2017.