Dando um treco
Cecílio se lembrou do dia em que estava caminhando em frente a uma fazenda de cacau próxima ao seu trabalho, e ouviu gritos de socorro na casa sede da fazenda onde o fazendeiro passava o fim de semana.
A mulher do fazendeiro em desespero, gritou por ele:
— Moço! Moço! Ajude! Acho que meu marido tá tendo um treco! Tá gemendo muito e gritando! Só tá eu e ele na casa! Tem que arrombar a porta do quarto, pois tá trancada por dentro!
Em poucos segundos, Cecílio, imediatamente, já estava dando chutes violentos na porta, até esbagaçar a mesma e inutilizar a fechadura... O fazendeiro, idoso, estava todo torto tendo um infarto.
Cecílio o colocou no colo e o conduziu até um veículo que a esposa já tinha providenciado para levá-lo ao hospital em Ilhéus, e já recebia os primeiros socorros...
Quando o fazendeiro estava deitado no banco de trás, confortavelmente, um pouco melhor e bem acomodado, deu uma baita bronca em Cecílio:
— Você sabe quanto me custou aquela porta e a fechadura bronzeada? Precisava ter esbagaçado minha porta de sucupira?
— Cecílio nada respondeu. Teve pena.
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* Esse texto é uma das várias histórias contadas no livro "Rio do Braço" (Romance Histórico) de Osman Matos, publicado em 2015 pela Editora Mídia Joáo Pessoa, PB (LANÇADO EM 2016 NA ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS) e pela Amazon.com nos formatos e-book e impresso, 2017.