MARIA E SUAS AVENTURAS

Maria, desde criança, sempre teve comportamentos solidários. Na sua vida profissional, não deixou de dar apoio as instituições de caridade. Não faz muito tempo ela ajudou a edificar uma obra de cunho beneficente. Depois de sua inauguração, a sua presença era constante nos eventos da instituição.
Um dia ela foi convidada para ministrar uma palestra sobre Economia Doméstica, para as donas de casa da comunidade na qual ficava a Instituição. Dia e horário combinados, Maria escolheu a roupa adequada para a ocasião, já que a plateia seria formada por mulheres assalariadas e, também, desempregadas. Vestiu-se com o cuidado necessário, utilizando-se de uma maquiagem discreta e de um calçado bonito e confortável, para compor o look.
Maria iniciava suas palestras, geralmente, com uma brincadeira de modo que estimulasse os participantes a, de fato, serem partícipes ativos do processo de aprendizagem. Assim o fez. Eram poucas pessoas, cerca de trinta e seis donas de casa.
Lá no meio da exposição, Maria falava sobre orçamento familiar e despesas domésticas, ensinava-as como fazer a separação dos itens essenciais e os “supérfluos”, como economizar para as situações imprevistas, até a elaborar um cardápio semanal para auxiliar na hora de fazer a lista da feira. Ótimo, elas participavam com entusiasmos, faziam perguntas, interagiam, tornando as atividades bastantes profícuas. No entanto, em um dado momento Maria percebeu os olhares da plateia para o espaço no qual ela circulava. Então, ela parou, olhou em sua volta e viu que seus sapatos estavam se esfarelando. Com cara de surpresa disse: Eita! meus calçados estão se desmanchando. E sem nenhuma cerimônia, mostrando-se altruísta diante do pequeno obstáculo, tirou-os e continuou a palestra descalça.
Terminada a palestra, foram feitos os agradecimentos pelos dirigentes da Instituição e Maria foi convidada a fazer uma foto com o grupo para integrar o acervo de registro das atividades. Na hora da foto, todas posicionadas, uma delas falou: - “Professora, a senhora não quer colocar as sandálias, só para não sair descalça na foto?”
Maria foi para casa descalça, porém feliz pelo que havia ensinado e aprendido.
Ieda Chaves Freitas
Enviado por Ieda Chaves Freitas em 28/07/2020
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