O balão de coração (14.05.2017)
Voltando do shopping, desci pro terminal e fui logo para a plataforma do meu ônibus, pois o lugar estava lotado!
Enquanto esperava o ônibus, vi uns balões se movimentando ao longe. Não poderiam estar voando sozinhos porque não havia tanto vento para tal e estavam muito juntinhos para não estarem seguros por um mesmo ponto.
Quando vi quem os estava carregando fiquei um tanto surpresa. Era uma criança de uns nove ou dez anos acompanhada pelo pai, que até então eu não tinha percebido.
Achei que, se os balões fossem de gás, ela já teria saído voando. Percebi que os dois iam passar perto de mim, então parei de encarar. A menina parou perto de mim, me olhou e, não podendo evitar, olhei-a também.
Ela me sorriu e disse, pegando um dos balões que carregava e dando-o a mim:
- Pra você, moça! – Olhei para o pai dela, que apenas me sorriu também, dando de ombros.
- Por que da gentileza? – Perguntei, sorrindo também.
- É que ele combina com a senhora – ela disse, pegando a mão de seu pai e acenando para mim ao se afastarem.
Notei que o balão que ela me deu era o único em formato de coração. Estava preso naquelas hastes de plástico que os deixam no ar e era vermelho.
Por um momento, pensei o quanto era estranho uma jovem quase adulta andar com um balão (e fui chamada de “senhora”, o que era ainda mais engraçadinho!). Me senti um tanto envergonhada em subir no ônibus com ele e, depois, andar pela rua segurando-o.
“Ah, mas que mal tem isso?!”, perguntei para mim mesma. “É só um balão e foi um belo presente muito bem dado!”.
Cheguei em casa feliz da vida e muito gargalhante!
Paulia Barreto