=//= A Mulher do Circo =//=
Dizia me amar perdidamente e querer de todo jeito
Ser a minha última, única, eterna e linda namorada
E insistia tanto, tanto, sem me dar o mínimo arrego
Que para eu ter um mínimo apenas de sossego
Logo pensei: Vou encontrar com ela, essa pirada
Resolver essa pendenga com essa tal Esmeralda
Quem sabe o produto, (eu), ao vivo não a agrada
(Usarei com ela a tática do mínimo esforço?) Conhece?
Vai que assim ela descobre que comigo é fria, mancada
Disse aos meus amigos ter sido vencido pelo cansaço
Que não rezassem por mim, nem me desejassem sorte
Mas o destino é cruel às vezes, e como comigo foi!
Assim que a vi, num piscar de olhos, no primeiro beijo
E até a minha alma estava por ela toda apaixonada
Ainda mais com ela assim irresistivelmente barbada
Com a barba já entrando pelo decote, de azul pintada
Todo metido a espertão fui eu a cair numa cilada
Ela é quase uma anã. Baixinha, troncudinha, gordinha
Outro dia a chamei carinhosamente de Budinha amada
Mas ela surda entendeu errado e brigou comigo gritando:
- Lá não! Na bundinha dói! Na minha bundinha nada!
Para me explicar deu uma trabalheira danada
Mas ficou, já está tudo bem, contas em dia, acertadas
Descobri que ela é traumatizada e que foi por isso
Que terminou o noivado com o engolidor de espadas
Nosso amor agora vai de vento em popa, nadando de braçadas
Mais uma dias e no Kama Sutra damos a primeira girada
Mas a posição favorita que ela mais gosta e eu aprecio muito
É comigo em pé e ela sentada. Ô perversa! Que marvada!
= Roberto Coradini {bp} =
23//06//2020