"Cascatear Centelhas"
ESTAVA sentado na sua cadeira de balanço com um monte de papeis antigos, quando a esposa gritou: - "Véio, o ministro Moro pediu demissão!". Disse chateado: -"E eu co isso?". Realmente não era nada que o interessasse, era ama questão para ele irrelevante, quem devia comentar eram os defensores do governo maluco. Continuou remexendo nos trecos e encontrou uma cópia do discurso de um pesqueirense quando tomou posse na Academia Pernambucana de Letras, Luiz Cristovão dos Santos, um grande nome ds letras pernambucanas. Ele adorava um trecho desse discurso:
"Em Pesqueira, senti o mesmo fascínio, pelos discursos do rábula José Peixoto Sobrinho, que revejo com os olhos da lembrança, tantos anos decorridos, de boné à cabeça e cachecol, apoiando a uma bengala, com a voz forte e a mao espalmada no ar, girando as frases bombásticas que arrepiavam os jurados:
- Senhores, há momento na vida que o homem precisa cascatear centelhas".
Guardou o discurso. Inté.