UM DIA UM CONDOR 6... NÃO SE DE NADA, VERDADE
UM DIA UM CONDOR 6... NÃO SEI DE NADA, VERDADE
- Tenente Tchaikovsky se apresentando Senhor!
- Tenente! Esse é o inspetor de policia PPP da Scuderie Le cocq.
- Inspetor boa tarde! Belo nome PPP e excelente referencia, esquadrão da morte.
- Tenente calado!
- Sim senhor!
- Recebi uma ordem diretamente do comando central, você vai subir na Rocinha, comandando os tenentes: Vivaldi, Schubert e Mozart. Vocês vão escoltar o policial e darão a ele toda segurança necessária. Quero o morro fechado, ninguém entra ou sai, e o senhor é o maior conhecedor da área. Não sei quem é a “missão” do policial, sei que a do senhor é levá-lo, ajudá-lo e trazê-lo de volta. Alguma duvida? Tenente!
- Não Senhor! Permissão pra falar Senhor!
- Concedida Tenente, mas seja rápido o tempo urge.
- Senhor o EB vai escoltar um membro de EM em operação não oficial?
- Tenente que parágrafo da ordem o Senhor não entendeu?
Já para a sala de logística e inteligência pra elaboração das táticas de operações.
- Sim Senhor! Permissão pra falar Senhor!
- Negada! Suma daqui Tenente. Sentido! Dispensado!
- Sim Senhor!
Na sala de inteligência, comecei a montar a operação:
- Sargento, o slide das entradas da Rocinha. Sr. PPP qual endereço devo centrar os esforços e quem vamos enfrentar e quantos do grupo deles?
- Nós estamos indo resgatar uma mulher e uma criança que foram seqüestradas, não sei por quem, porque, onde nem como começar...
- Não entendi! Estou entrando em uma comunidade com mais de 50.000 Habitantes com 40 homens fortemente armados, a elite do EB, todos treinados para matar, sem saber aonde vou o que vou fazer quem vou resgatar ou como vou fazer?
Para cercar a Rocinha, eu preciso de aproximadamente 1000 homens, blindados e helicópteros, tenho 40 homens, me de algum detalhe para que consiga começar a pensar em algo. Como atravessar a Estrada da Gávea, fechar os dois túneis o Rebouças e o Dois Irmãos, revirar mais de 1000 domicílios?Tem alguém doido, muito doido, doido demais ou eu sou uma besta.
- Olha Tenente, a sua divisão vai entrar lá com a inteligência e a força necessária.
- Olha policial, eu não comando nem batalhão, quem dirá uma divisão, com minha simples companhia eu não acho os dois nem se estiverem bebendo no bar do Sezinho, lá é muito grande e difícil de achar alguém.
- Veja no Ciex, vai que tem alguma informação.
- O Ciex tem um monte de informação, eu só tenho que perguntar o que vc quer saber, o que você quer saber?
- Eu quero saber quem são os seqüestradores da área?
- Sargento, que informações temos?
- Tenente, temos dois sendo observados e sob campana e sigilo.
- Quem tem a patente pra quebrar o sigilo?
- O Coronel Mascarenhas.
Peguei o telefone no centro da mesa e liguei para o Coronel, explanei a situação e passei o telefone para o Sargento receber a autorização. Devia ser importante, o Homem sabia de tudo.
O Sargento me passou os dados e via radio fiquei sabendo quem eram os Arapongas estavam com os pacotes.
Liguei para o Capitão e recebi as ordens para subir e me encontrar com os Arapongas, eles iriam apenas acompanhar e nos orientar, não interfeririam para não quebrar os disfarces. Botei todo mundo dentro de quatro caminhões de transporte de tropa e subi a Rocinha, esta parte da operação era tranqüila e estávamos acostumados, tão acostumados que nem precisamos escolher sentinelas, todos já sabem suas posições dentro do caminhão.
Chegamos no teatro de operações, achei que seria muito fácil, todos concentrados dentro de uma casa e eu com 40 homens dava pra cercar o quarteirão. Dentro da casa se encontravam as duas vitimas mais seis seqüestradores. Perguntei ao policial quem eram as vitimas e que me mostrasse as fotos para identificá-las no assalto.
Peguei meu Sargento Zezinho (Disney) mais quatro soldados especiais, os posicionei na porta da frente, dois em todas as janelas mais quatro nas portas do fundo, comandados pelo Tenente Schubert. Uma coisa me intriga até hoje, um seqüestro dessa magnitude, com pessoas importantes, seqüestradores monitorados pelo serviço de inteligência, nem um sentinela no covil. Parecia coisa armada.
Todos a postos, entramos.
Na entrada matamos quatro bandidos, ferimos um e o chefe cagão se entregou, a Mãe e a garota saíram ilesas e foram retiradas por um soldado e o Tenente Schubert que fez o perímetro externo da casa, os outros Tenentes fizeram a cabeça de ponte e perimetro em torno do quarteirão.
Acompanhei o Policial fazer o rescaldo e me surpreendi quando no homem ferido, sem perguntar nada atirou na cabeça do mesmo. O Indaguei ele me respondeu:
- A participação do Senhor terminou Tenente, eu assumo daqui. Obrigado.
Apontou o revolver para o chefe do bando e atirou entre os olhos do mesmo também sem perguntar nada.
Se o cara sabia mais alguma coisa, morreu com ele. Eu o teria levado para uma casa segura e arriado o cacete, até saber tudo. Não entendi nada. O pessoal da inteligência apenas verificou o óbito e saíram de perto.
Antes de falar qualquer coisa, recebia ordens no radio para descer imediatamente, era pra sair de lá sem perguntar nada ou falar nada, nem pensar nada, me mandou ir correndo pra Tijuca, na sede do Doi Codi na Barão de Mesquita 425 pois teriamos uma diligencia.
Ao perguntar para o Capitão a resposta foi bem convincente.
- Questionando ordens Tenente? Essa operação não aconteceu e se quiser ser promovido a Capitão, sugiro que esqueça esse episodio, afinal o memorando recomendando sua promoção está na mesa do Coronel Mascarenhas. Eu e o Coronel agradecemos. Sentido! Dispensado.
- Sim Senhor!
Isso é ser um “Condor” o Pais acima de tudo. Acima da honra e até de tua vida.