O TÊNIS DO ARMANDO
Do meu ponto de vista, algo para se orgulhar é uma boa educação. Meus pais fizeram até sacrifícios para nos dar, aos meus irmãos e a mim, uma educação de qualidade, tanto nos matriculando em boas escolas como nos ministrando, em casa, com seus exemplos e ensinamentos, boas maneiras, retidão de caráter e dedicação ao trabalho. Sempre sem castigos físicos ou qualquer outra forma de punição. Sabíamos quando eles não aprovavam nossa conduta só pelo seu olhar. Assim, não havia temor mas disciplina.
Certa vez minha mãe foi visitar sua tia Yolanda, com a qual havia morado por uns tempos antes de casar-se. E me levou com ela. Eu não devia ter mais do que cinco anos. De início, me comportei direitinho na casa de tia Yolanda mas a um descuido de minha mãe, entrei no quarto dos filhos dela e lá encontrei um par de tênis. Naquele tempo isso era uma novidade e eu nunca tinha visto um.
Mamãe já se despedia dos parentes quando eu vim do quarto escondendo algo às costas. Ela, imediatamente, pediu que me virasse e mostrasse o que eu trazia. Era um tênis, somente um pé daquele par que eu vira no quarto e que me encantara. Era o tênis do Armando, um dos filhos mais jovens de tia Yolanda, porém mais velho que eu.
Mamãe me repreendeu dizendo: “O tênis não é seu! Não pode levá-lo! Vá deixá-lo no lugar onde o encontrou!”
Não sei que diabos eu ia fazer com um pé de tênis masculino, grande demais para mim.
Foi uma lição e tanto, na frente dos parentes. Fiquei muito envergonhada e lembro do fato até hoje.
Do meu ponto de vista, algo para se orgulhar é uma boa educação. Meus pais fizeram até sacrifícios para nos dar, aos meus irmãos e a mim, uma educação de qualidade, tanto nos matriculando em boas escolas como nos ministrando, em casa, com seus exemplos e ensinamentos, boas maneiras, retidão de caráter e dedicação ao trabalho. Sempre sem castigos físicos ou qualquer outra forma de punição. Sabíamos quando eles não aprovavam nossa conduta só pelo seu olhar. Assim, não havia temor mas disciplina.
Certa vez minha mãe foi visitar sua tia Yolanda, com a qual havia morado por uns tempos antes de casar-se. E me levou com ela. Eu não devia ter mais do que cinco anos. De início, me comportei direitinho na casa de tia Yolanda mas a um descuido de minha mãe, entrei no quarto dos filhos dela e lá encontrei um par de tênis. Naquele tempo isso era uma novidade e eu nunca tinha visto um.
Mamãe já se despedia dos parentes quando eu vim do quarto escondendo algo às costas. Ela, imediatamente, pediu que me virasse e mostrasse o que eu trazia. Era um tênis, somente um pé daquele par que eu vira no quarto e que me encantara. Era o tênis do Armando, um dos filhos mais jovens de tia Yolanda, porém mais velho que eu.
Mamãe me repreendeu dizendo: “O tênis não é seu! Não pode levá-lo! Vá deixá-lo no lugar onde o encontrou!”
Não sei que diabos eu ia fazer com um pé de tênis masculino, grande demais para mim.
Foi uma lição e tanto, na frente dos parentes. Fiquei muito envergonhada e lembro do fato até hoje.