P e n a l t i
LEMBRAVA divertido do tempo que fora integrante do Grêmio Sertanejo FC, o time de sua cidade. Era meia-direita, que chamavam ponta-de-lança. Não era craque, mas dava pro gasto. Esse time fazia excursões na região. Era uma aventura, às vezes perigosa porque se vencessem a torcida adversária retaliava. Sempre viajavam em cima da corroceria de um caminhão, na volta se vencessem tinham que se agachar para se livrar das pedras, e o motorista tinha que disparar.
Mas uma excursão, um jogo numa cidade do seu sertão ele achava inesquecível. Chegaram à cidade, todos sujos de poeira, as estradas não eram pavimentadas. Foram direto para o campo (inexistia estádio), estava cheio, a torcida em pé, sentados em cadeiras apenas os notáveis do lugar. O time adversário era do mesmo nível mas carne de galo, batiam mesmo. Bom, o jogo foi lá e cá e o juiz, o sargento do Tiro de Guerra, era imparcial.Já no finalzinho, o goleiro adversário rebateu uma bola e o ponta-de-lança fez um gol. Imaginem a reação da torcida adversária.
O juiz olhou pro cronômetro, um relógio Lanco, e quando ia apitar o fim da partida, eis que o coronel prefeito e chefe político brabo que nm um siri se levantou e ordenou ao juiz que marcasse um penalti contra o time de fora devido a desfita do gol. Não era pedido, era ordem. O juiz,, o sargento, disciplinado, atendeu. Antes do jogador bater a penalidade, o coronel chamou o goleiro do time adversário avisou: - Cabra veio, se você pegar o penalti eu mando te dar uma surra de cipó de boi. Fizeram o gol. Empate. A torcida fez uma festa.
Lembrou ainda que foi até bom porque foram convidados para um comes-e-bebes na casa do coronel. E não houve retaliação na volta.Coisas do sertão.Inté.