A LAGARTIXA
Diz que era uma vez uma velha que criava um neto, em um determinado dia a velha falou:
- oh meu filho vai pra roça.
- ta avozinha to indo.
Aí ele foi. Chegando à roça, ele trabalhou quando foi meio-dia ele voltou pra almoçar almoçar. No meio do caminho ele encontrou uma lagartixa, pegou uma pedra atirou no animal que acertou em cheio. Ele pegou o réptil e quando chegou em casa a tratou e botou-a no sol pra secar. Passando uns dias ele foi pegar a lagartixa pra comer e não a encontrou, ele contrariado perguntou pra avó se ela sabia onde estava a lagartixa que ele tinha matado no caminho da roça, a avó respondeu:
- Não meu filho, eu comi.
- Pois eu quero pagamento da lagartixa que eu matei no caminho da roça.
Então a velha deu um machadinho pra ele em pagamento da lagartixa.
Quando ele recebeu o machadinho ele resolveu sair no mundo. Andando na estrada ele encontrou um papa-mel cortando o pau com os dentes. ele falou:
- Hei papa-mel não precisa cortar o pau com os dentes, toma esse machadinho vai adiantar muito seu serviço.
O papa-mel cortou o pau e como não tinha pratica com machadinho acabou quebrando ele.
O menino indignado com a quebra do machadinho, disse:
- Papa-mel agora quero o pagamento do machadinho que minha avó me deu em pagamento da lagartixa que eu matei no caminho da roça e que minha vão comeu.
Em pagamento do machadinho o papa-mel deu uma cumbuca de mel pra ele.
Ele agradeceu e seguiu em frente. No caminho encontrou três pisadeiras de milho, que estavam pisando milho com fome, aí ele pegou a cumbuca de mel deu a elas. Elas tomaram o meu e depois quebraram a cumbuca. O menino revoltado pela perda da cumbuca disse:
- Pisadeiras eu quero o pagamento da minha cumbuca de mel que o papa-mel me deu, que ele deu em pagamento do machadinho que minha avó deu em pagamento da lagartixa que eu matei no caminho roça que ela comeu.
Em pagamento da cumbuca de mel cada uma deu um punhado de milho pra ele. Ele agradeceu seguiu viagem. Mais na frente ele encontrou uns perus comendo pedras, com pena dos perus ele jogou os punhado de milho que ganhara das pisadeiras. Os perus gulosamente comeu tudo. Ele revoltada disse:
- Seus perus eu quero o pagamento dos meus punhados de milhos que as pisadeiras me deram em pagamento da cumbuca de mel que o papa-mel me deu, que ele deu em pagamento do machadinho que minha avó deu em pagamento da lagartixa que eu matei no caminho roça que ela comeu.
Em pagamento cada peru deu nove penas pra ele. Ele pegou as penas e saiu. Chegando lá na frente ele viu uma fazendeira de renda fazendo renda com os paus. Vendo o trabalho que dava fazer renda com os paus, ele disse:
- fazendeira de renda por que está fazendo renda com os paus? Pega essas penas.
Ele ficou vendo ela fazer a renda com as penas. Como ela era muito sem jeito acabou quebrando todas as penas dele. Chateado com isso ele disse:
- Fazendeira de renda eu quero meu pagamento das penas que os perus me deu em pagamento dos meus punhados de milhos que as pisadeiras me deram em pagamento da cumbuca de mel que o papa-mel me deu, que ele deu em pagamento do machadinho que minha avó deu em pagamento da lagartixa que eu matei no caminho roça que ela comeu.
Em pagamento ela deu um novelo de linha pra ele. Ele pegou a linha agradeceu e saiu andando. No caminho ele encontrou um vaqueiro pegando garote com as mãos. Ele vendo esse serviço achou muito penoso e aí disse:
- Vaqueiro você fica pegando garote com as mãos, pega essas linha e faz uma corda pra você pra laçar eles.
O vaqueiro não quis perder tempo fazendo corda com as linhas e resolveu laçar os garotes com as próprias linhas, porém as linhas foram se partido e quebrando. Vendo isso ele ficou chateado e disse:
- Vaqueiro quero o pagamento das linhas que a fazendeira de renda me deu em pagamento das penas dos perus me deu em pagamento dos meus punhados de milhos que as pisadeiras me deram em pagamento da cumbuca de mel que o papa-mel me deu, que ele deu em pagamento do machadinho que minha avó deu em pagamento da lagartixa que eu matei no caminho roça que ela comeu.
Com isso vaqueiro deu um garote a ele. Pegou o garote e prosseguiu. Mais logo em diante encontrou uma onça comendo uma carniça.
Ai ele ofereceu o garote para onça, dizendo:
- Onça você está comendo essa carniça, tome esse garote.
Aí ela ligeira comeu o garote. Vendo aquilo Ele se arrependeu de ter e entregado o garote e disse:
- Onça eu quero pagamento do garote que o Vaqueiro me deu em pagamento das linhas que a fazendeira de renda me deu em pagamento das penas dos perus me deu em pagamento dos meus punhados de milhos que as pisadeiras me deram em pagamento da cumbuca de mel que o papa-mel me deu, que ele deu em pagamento do machadinho que minha avó deu em pagamento da lagartixa que eu matei no caminho roça e ela comeu.
Aí a onça como um ser irracional pulou em cima do menino e o comeu
Fim
Escrito com a colaboração do Manuel Cicero.