NAS ASAS DA RECORDAÇÃO
Chegou dezembro e com ele vieram as lembranças dos tempos idos, que não voltam mais. O desejo de revivê-los arraigados nas gavetas empanturradas de lembranças me traz tantas recordações que me arrancam as lágrimas da alma. A paisagem do passado que ficou mapeada na minha memória permanece intacta. Mas o palco da vida aonde eu fui criado, esse sofreu uma metamorfose tecnológica que o tornou irreconhecível. A magia dos velhos tempos, as pessoas que me foram tão caras, essas não existem mais, ficaram delas uma imensa saudade. Atualmente o natal e a espera do ano novo são tudo tão diferente, no passado não havia este consumismo mercantilizado. Que faz do natal uma das mais importantes datas para o faturamento comercial. Havia sim a confraternização solidária que dava sentido ao espírito do Natal e ao nascimento de Jesus. Que era comemorado com respeito como o principal objetivo social.
Não podemos negar que este avanço técnico foi benéfico melhorando a condição de vida da população de um modo geral. Mas a vida humilde de nossos antepassados foi algo muito bonito, sua forma de encarar a vida, com seus métodos rudimentares processando verdadeiros milagres para sobreviver, muitos recursos utilizados são incríveis aos jovens atuais.
Dia destes ao passar defronte a casa de uma minha prima, ao vê-la com uma bombinha lava–jato lavando a cerâmica na varanda de sua residência, lembrei-me, de sua mãe minha saudosa tia, que foi uma heroína na criação de seus filhos, em sua residência, humilde de chão batido cujo piso ela o rebocava co estrume de vaca e argila branca, recordei até o cheiro daquele reboco daquela sala vazia, com apenas um descaroçador de algodão, onde meus primos e eu jogávamos bilosca (Cambuí) utilizando caixinha de fósforo vazia com alvo em nosso jogo.
Ah como tudo mudou, melhorando as condições de vida de nossa gente! Ao vê-la em sua residência confotável, efetuando seu trabalho, um verdadeiro filme passou repentinamemte em miinha memória, com sua mãe carregando enormes fexes de lenha na cabeça, pilando o arroz para as refeições diarias, lavando suas roupas, as vezes empencadas de renmendos, nas fontes, outrora lavrando a terra ao lado do marido para gararntir o sustento da família..
OBS: (imagem googlo)