A MENINA QUE NÃO ACREDITAVA EM PAPAI NOEL
Aproximava-se o Natal, e Lucinha ainda nos seus cinco anos, não entendia como o Papi Noel que ela via tantas vezes nos shoppings e lojas, e que, segundo a lenda deveria aparecer com seus presentes, somente na noite de Natal. Podia estar em tantos lugares diferentes e também com um rosto diferente, embora vestindo vermelho e com sua barba branca crescida nem sempre igual.
- Realmente existia algo de misterioso nessa história - raciocinava a menina.
Em sua desconfiada inocência aliada a sua curiosidade, resolveu que iria tirar isso limpo em sua próxima visita a um Shopping.
Seu avô que se mantinha com a parca pensão do INSS, fazia um bico como Papai Noel em época de natal. Não possuía barba, mas isso não era problema, como era gordinho, bastava-lhe a roupa, uma peruca branca, barba e sobrancelhas de algodão para se transformar no bom velhinho.
Assim passava seus dias, sentado à porta da loja naquele shopping beijando as crianças e tirando fotos.
Sua filha conhecia o shopping onde ele trabalhava e sempre levava a menina a outros shoppings e lojas onde ela certamente não encontraria o avô.
A menina já havia lhe perguntado várias vezes como poderia estar o velhinho em tantos lugares diferentes e antes do Natal. Suas respostas com evasivas nunca convenciam Lucinha.
Naquele domingo a família resolvera visitar um shopping distante levando a menina. Como não poderia deixar de ser, lá estava o bom velhinho sentado à porta distribuindo abraços e recebendo beijos da garotada.
A menina aproximou-se já decidida no que iria fazer.
Assim quando Papai Noel a abraçou, não titubeou puxou a barba, tirou o gorro, sua peruca e as sobrancelhas, e admirada e decepcionada exclamou:
-MEU AVÔ!!!!
Ali começava a morrer a ilusão da menina sobre esse mito do natal.
O Senhor, seu avô, havia sido transferido para aquele shopping e não havia avisado a filha da transferência e ela também não percebera, sob o disfarce, que aquele não era um papai Noel qualquer e sim seu papai Joel.
Papai Noel antes do natal, que em vários lugares aparece, deixa a criança em dúvida, sem saber como isso acontece e começa a quebrar o encanto que a fábula oferece.
(Esse conto é baseado em um fato verdadeiro )