O Garanhão
Numa operadora de cobrança, dessas que abrigam uma enorme quantidade de rapazes alegres, lá estava ele, o Garanhão.
Não se pode dizer que ele era o protótipo da espécie, pois não era alto e tampouco bonito, mas dominava como ninguém o mistério da sedução.
Em toda a empresa não havia quem não ficasse imantado pelo seu carisma. Entretanto, um grande segredo estava adormecido ou guardado a sete (cores) chaves, sabe-se lá, que nem mesmo ele tinha se dado conta. Até que, logo após uma festa carnavalesca na empresa, esse segredo aflorou e o cobiçado garanhão não teve mais como segurar tais impulsos de alegria.
Durante alguns dias após essa descoberta, ele ainda tentou em vão conter a desenfreada mudança. Mas como não obteve êxito, resolveu entregar-se de corpo e alma ao grupo dos alegres.
Para mostrar que estava decidido no intento de se assumir, naquele dia já foi trabalhar vestindo uma camisa na cor rosa com a estampa de uma bela flor nas costas.
Logo que chegou na empresa a alegria foi quase que geral. Só ficaram entristecidos os amigos mais chegados e a mulherada que sempre alimentou a chance de poder a qualquer hora desfrutar algum prazer com ele. Tudo isso porque, até pouco tempo, o mesmo, além de noivo, era tido como grande pegador.
Depois disso restou a dúvida: O suposto garanhão era pegador de que?