Que nem doce de cajá...
Já com fogo no zói,suado modo sol na mulera, cheio de poeira,desanimando,tirei o chapéu,bati a bota na calçada..abri a porta...arriei no sofá,de lado sua bela camisola...gritei por ela,perguntando por que me chamara, amor de minha vida,minha querida Jazê.
O que eu vi, num desejo pra ninguém...a casa vazia,desarrumada,sem vida..sem o cheiro dela...arregalei o zói, já sem resposta...observando em vorta a ausência de meu amor...e aquela dor no boca do estômago... como se fosse um coice dum cavalo, vi ali logo de lado, em cima da mesa uma mal escrita letra a mim avisar ...
"Num posso ficar,amor tem demais,paixão de sobra,desejo na imensidão...mas só isso num dá...beijo grande Nonatinhas,preciso viajar...”
Fui do céu as estrelas,do mar ao sertão,do inicio ao fim,na mais penosa labuta... mas nunca soube de Jazê...envelheci,adoeci e morri sem nada poder mais fazer...
Mas eu achava que amor era tudo, e não era absurdo assim pensar..a gente se amava,se beijava tão gostoso..e era tão bão, saboroso que nem doce de cajá...