40 - Quarenta
O casamento da filha de D. Alda era um acontecimento de monta no parado da terra. Quem teria sido convidado? Que roupas e chapéus? Uma hora antes já todas as comadres tomavam assento no muro baixo da igreja. Havia muitos cães que iam para onde os donos fossem, sem trela nem açaimo, luxos que ainda ali não havia. Um dos rafeiros cheirou as pernas de D. Maria e achou justo mijar-lhes. A indignação haveria de ficar para depois que a noiva chegava e rapidamente ela se limpou a um lencinho de mão bordado. Ficou o cheiro como sinal de liberdade plena para outros cachorros que não hesitaram. D. Maria, agora furiosa, dividia a sua atenção entre os cachorros e a foto dos convidados na entrada do templo.