30 - Trinta.
Quando o Ricardo foi de férias ofereceram-me a escrita do Social, meia página no único jornal da terra. Cabia-me reportar casamentos, reuniões de empresa, festas em geral e, ainda, a organização do horóscopo. Aqui eu achei a base muito pobre, muito sem jeito, redundante e resumida. Resolvi mudar tudo, inventar conjugações e outras aldrabices para dar mais cor ao que o leitor teria para ler. Foi bom vaticinar coisas boas a todos, suprimir riscos, excitar as ousadias. Quando o Ricardo regressou a coluna voltou a ser desinteressante e choveram reclamações na Redacção. Queriam que o Director me mantivesse no Social. Não fiquei.