27 - Vinte e Sete.

Guardei no bolso um papel rosa com uns vinte alfinetes de ama. Durante a missa, o menino de cinco anos que eu era, imaginou-se a sobrevoar a nave, a ver do alto as cabeças, a visitar as imagens de mais perto. Depois, cansado do bichanar das orações que começava a dar-me o sono, achei os alfinetes. Prendi a blusa de minha tia com o xaile que estava mais à mão e fui, de uma ponta à outra do banco, ligando as velhas com as vizinhas sem que ninguém desse por isso. Quando chegou a hora da comunhão foi dramática a bulha entre as devotas que não percebiam o que lhes impedia os movimentos. Seria divertido mas, ainda lá dentro, levei logo dois tabefes sem que ninguém me tivesse denunciado!

Edgardo Xavier.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 12/10/2019
Reeditado em 12/10/2019
Código do texto: T6767817
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