A multiplicação
Em um pequeno município, onde quase todos se conhecem, é bem normal, uma pessoa emprestar algum dinheiro, para fazer aquela emenda, como se diz lá no meu querido Goiás.
Essa é uma estória bem provável de ter acontecido.
Seu Antonio, que mora numa fazendinha muito próxima da cidade, emprestou cem reais ao seu compadre Sebastião.
Sebastião precisou do dinheiro para pagar o seu João da farmácia.
O seu João se lembrou que devia cem reais para o José do bar da esquina, foi lá e pagou.
O José do bar da esquina devia cem reais ao Benedito da quitandinha, foi lá e pagou os cem reais que agradeceu muito, pois tinha que pagar a mesma quantia ao seu Joaquim da padaria.
Seu Joaquim, português, pegou os cem reais e: - Ái caramba, estou a dever cem reais ao primo Manuel, vou lá pagar.
Manuel era alfaiate e ficou de voltar cem reais de um cheque que tinha recebido a mais de um terno que vendeu ao professor Mário.
Ligou para ele. –Oh professor Mário, por favor, passa aqui na alfaiataria para pegar os seus cem reais, pois estou muito atarefado para ir até sua casa.
O professor Mário tinha levado seu carro para fazer um pequeno reparo na oficina do Nelson. Foi buscar o carro, o Nelson explicou o que tinha feito; - Quanto é? Perguntou o professor.
Cem reais para o senhor que é professor do meu filho. Pagou e saiu todo satisfeito. Nelson pegou os cem reais e foi logo pagar umas peças ao Dorival.
Dorival tinha uns cachorros que faziam a guarda do seu estabelecimento. Foi na casa de ração do Jurandir, comprou cem reais de ração.
O Jurandir pagou os cem reais ao Otavio que fazia as entregas de ração. O Otavio pegou os cem reais e foi logo pagar o Adolfo, borracheiro da cidade.
Adolfo, por sua vez, foi no açougue do Divino e comprou cem reais de carne para o churrasquinho da sexta feira.
Divino, o açougueiro, com os cem reais comprou uma bicicleta do compadre Sebastião.
Compadre Sebastião foi na fazenda do seu Antonio, pagar os cem reais. Seu Antonio, muito generoso, pegou os cem reais, devolveu ao compadre Sebastião, dizendo: - Tome esses cem reais e compra uma bicicleta para o meu afilhado Toninho.