Gato nos Peitos
Estava pela segunda vez em Fortaleza fazendo um curso o Centro de Treinamento do BNB. Eram s anos setenta, no auge da ditadura. Era um curso meio puxado, na área do crédito industrial, mas dava para os participantes se divertirem um pouco porque ninguém é de ferro. E a noite de Fortaleza é sempre uma criança, como diz a canção, e sua bera mar e arretada, s bares, botecos e vida noturna. Adorava as praias do Futuro e do Náutico.
Esse participante do curso ainda sofria mais de asma nesse temo do que hoje. Principalmente quando chegava perto de fumaça , poeira ou ambiente escuro. Mas acompanhava os colegas nas farrinhas, mesmo correndo o risco de ter uma crise asmática.
Escapou de várias. Mas houve uma vez que não pode evitar o baque. É que um dos colegas dele, um sergipano, levou-o quase na marra para a famosa Casa da Leila, uma boate tipo inferninho meio chique. O sergipano já era habituê do lugar e logo duas profissionais se acercaram da mesa que estavam e começaram a beber, era o esquente, os entretantos para chegar aos finalmentes. Mas o ambiente era escuro, luz negra, e a fumaça comia no centro. Resultado, o asmático foi sufocando, sufocando e, poke!, caiu no danado do chão. Foi um rebu danado. O sergpano e outras pessoas logo o levaram num taxi para uma farmácia que ficava perto, tipo daquelas que funcionam 24 horas, e lhe aplicaram uma injeção de Aminofilina e, graças Deus, a crise foi debelada. Mas mesmo sufocando ele ouviu de uma das profissionais algo inesquecível, uma gozação: - Eita, pois num é que o sujeito tem um gato nos peitos! Essa a expressão muito uada no nordeste para mexer com s asmáticos.
Durante o resto do curso os colegas inteirados do vexame , semre repetiam essa gozação. Inté.