Prêmio Arretado

Há coisas que só acontecem em Pernambuco (o caso já foi divulgado aqui no estado). Em 1990, um empresário e dirigente do Sport Cube do Recife, Homero Lacerda, resolveu se candidatar a senador, mas sem apoiar nenhum dos dois candidatos a governador, queria votos dos dois lados. Era uma candidatura independente. Acontece que a lei eleitoral possuía, como diziam os experts em política, um casuísmo, todo candidato ao senado teria que ter na sua legenda um candidato a governador. O empresário so soube disso depois de lançar a sua candidatura. Recorreu, portanto, a um expediente arretado: colocou um vigia de uma das suas empresas, um sjeito chamado João Batista, como candidato a governador, uma pegadinha esperta, um drible no casuísmo. E mandou o vigia passar uma temporada em São Paulo. Então durante a campanha não se falou nesse candidato a governador, quando alguém comentar diziam que era um militar da reserva, um patriota, desconversavam. . O tempo passou, as eleições se realizaram e Homero foi derrotado, teve apenas 8% dos votos.

Só que um radialista da Rádio JC, Geraldo Freire, ficou encucado com a candidatura a governador da chapa de Homero, tnntou descobrir quem era o candidato. Para isso instituiu no seu programa um prêmio: uma bicicleta para que trouxesse ao programa o candidato João Batista. Quase ninguém sabia quem era esse cidadão, mas seus vizinhos sabiam, aí houve um alvoroço na rua que ele morava várias pessoas querendo levá-lo ao programa para ganhar a bicicleta, Só que o ex-candidato resolveu ele mesmo, sozinho, aparecer no programa e abiscoitar o prêmio. Foi e quando chegou disse no microfone:

"Bom dia, doutor Geraldo, eu sou João Batista. Eu troe mim mesmo. Agora mim dê a bicicleta".

Ganhou o prêmio arretado e ainda é vigia da empresa. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 10/08/2019
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