A Viúva e os Demônios da Razão
Após se chocarem de encontro com a avenida, foi um fuzuê danado. A multidão se formou rapidamente, uns comentavam que um tentou impedir que o outro se jogasse do 999º andar, já um repórter criminalista começou a cavar entre os andares o desfecho do acontecido.
O pessoal da faxina (IML) teve muito trabalho para recolher o que sobrou dos corpos, ainda mais para identificá-los, foi-se a noite adentro. Já amanhecendo o médico legista deu como causa da morte amor misterioso, devido à expressão que o mesmo conseguiu, depois de muitas radiografias infravermelhas. Em seguida liberou ambos para a viúva, que por sua vez contatou a agencia funerária e o bom pastor.
Foi um velório de muito suspense, afinal sem se conhecerem, as vitimas é claro,
Só havia uma mulher que chorava sem cessar, os amigos e os familiares não compreendiam, uma vez que o olho castanho nada tinha de parentesco com a razão.
Mesmo assim pro seguiram com o fúnebre, o pastor dirigiu as ultimas palavras enquanto seus amigos se despediam, os caixões iam-se descendo.
Nesse instante deu um piri-paqui na viúva e desmaiou; Acordou ainda que meio a sonolência e percebendo, já não estava mais entre os vivos. Foi então que o espanto tomou-lhe conta, afinal o que estaria fazendo ela naquele lugar!Percebeu que estava sentada em uma cadeira de nuvens, ora quente outra gelada, e ouvindo uma voz que vinha do longínquo perguntou:
_O que estou fazendo aqui?
E a voz nada respondeu.
E novamente tornou a perguntar:
_O que estou fazendo aqui?
E a voz respondeu:
_Cada qual é julgado conforme seu crime.
Mas sou inocente, responde ela.
É o que todas dizem, retruca-lhe a voz...
Mirão da Estrada