O remédio da Mercedes
Essa me foi narrada por um ilustre e acima de qualquer suspeita filho de Ubá. O médico da cidade levou seu carro, uma Mercedes de estimação à oficina para sanar pequenos defeitos eletricos. Como a oficina ficava em frente ao hospital, Dr Marcon falar foi pessoalmente com o amigo e dono da oficina.
- Boa tarde. Cadê o bigode?
- Bigode deu uma saidinha. Não deve demorar.
- Então diz pra ele que precisa de uns consertos na parte elétrica da minha Mercedes.
E foi relatando para o auxiliar do Bigode os problemas
- Desculpe Dr. Marcom mas não vou lembrar dessas coisas, não.
- Melhor então eu escrever, né?
Dr Marcon pegou então, na sua bolsa o bloco de receituário e foi escrevendo. Terminou e entregou ao mecânico e se despediu. Quando Bigode chegou na oficina o auxiliar foi logo lhe passando o papel escrito por Dr Marcon. Bigode olhou os garranchos, cofiou a barba desgrenhada e disse.
- Como vou conseguir saber o que está escrito aqui?
- Ora, seu Bigode, letra de médico só quem entende é o homem da farmácia.
- Grande idéia, Pereba - apelido do auxiliar do Bigode - corre na farmácia e destrincha esse mistério.
Pereba foi correndo e entregou a receita, digo, o papel ao balconista. O rapaz olhou o papel, olhou o Pereba e olhou de novo para o papel e disse solene.
- Olha seo Pereba, esse aqui de cima eu tenho mas o de baixo tá em falta mas deve chegar loguinho.