Nunca entrei numa barbearia até encontrar meu pai numa delas. Como o vi de longe, já fui logo acenando e cumprimentando a todos, diga-se de passagem apenas homens.
O ambiente era algo tido como bem natural. Haviam clientes entre adolescentes e senhores, dos quais dois me chamaram atenção, em virtude da conversa alta e das risadas que davam.
Um deles, militar reformado, era conhecido como o garanhão da cidade. Já havia casado 4 vezes. E foi suspenso de suas atividades pelo menos 5, em virtude de sua virilidade exacerbada. Conhecido por ter matado um amante de sua “ex antiga jovem esposa” com um golpe de faca e também por ter “aleijado” dois outros pseudo-amantes de suas “duas outras” antigas esposas, além de ter tentado matar pelo menos dois, por brigas em bares (tirou o revólver, mas estava sem munição), sempre ofereceu perigo para a cidade. Ninguém jamais ousou contrapô-lo. Nunca se provou nada, mas ele era o xerife da gang então...
No outro pólo, estava um viajante: vendedor de artigos de barbearia, cosmetologista que aguardava o pagamento dos produtos adquiridos pelos dois irmãos. De repente o militar se levanta afobado e solta:
- Pela primeira vez na vida sinto que estou ficando velho. Aos 55 anos vieram os primeiros sinais.
E cada um foi falando sobre si até que o viajante pergunta:
- Mas o que considera sinais da velhice?
O homem eufórico respondeu:
- A pele abaixo do músculo do braço ficou flácida e pra piorar o meu cabelo, que era um liso indisciplinado, não quer subir mais, só fica baixo, amolecido.
O viajante, já em gargalhadas, o que chamou atenção de todos para um olhar expectativo completou:
- Ah! Você está preocupado com o cabelo. Mal sabe o senhor que o próximo será seu brinquedo! É, e não deve demorar muito, se já não é!
Todos os clientes olharam nervosos para o coronel à espera de uma sentença.
De repente, o militar soltou:
- Antes que o meu caia, o seu eu corto.
O silêncio foi assustador. Nem um pio se ouvia até que um dos irmãos, sensato que é, disse:
- E se precisar major Fernando, eu derreto o gelo de toda vizinhança pra não dar tempo de chegar com isso aí até o hospital.
Todos riram e cada um foi pro seu universo.
Quando o major saiu, todos foram falar com o viajante da fama dele. E de acordo com meu pai, o inocente moço, passou a entrega na cidade para outro fornecedor. Vai que... E o coronel, sempre que vai à Barbearia pergunta pelo "cabrito fortão chifre de alce" será por que?
O ambiente era algo tido como bem natural. Haviam clientes entre adolescentes e senhores, dos quais dois me chamaram atenção, em virtude da conversa alta e das risadas que davam.
Um deles, militar reformado, era conhecido como o garanhão da cidade. Já havia casado 4 vezes. E foi suspenso de suas atividades pelo menos 5, em virtude de sua virilidade exacerbada. Conhecido por ter matado um amante de sua “ex antiga jovem esposa” com um golpe de faca e também por ter “aleijado” dois outros pseudo-amantes de suas “duas outras” antigas esposas, além de ter tentado matar pelo menos dois, por brigas em bares (tirou o revólver, mas estava sem munição), sempre ofereceu perigo para a cidade. Ninguém jamais ousou contrapô-lo. Nunca se provou nada, mas ele era o xerife da gang então...
No outro pólo, estava um viajante: vendedor de artigos de barbearia, cosmetologista que aguardava o pagamento dos produtos adquiridos pelos dois irmãos. De repente o militar se levanta afobado e solta:
- Pela primeira vez na vida sinto que estou ficando velho. Aos 55 anos vieram os primeiros sinais.
E cada um foi falando sobre si até que o viajante pergunta:
- Mas o que considera sinais da velhice?
O homem eufórico respondeu:
- A pele abaixo do músculo do braço ficou flácida e pra piorar o meu cabelo, que era um liso indisciplinado, não quer subir mais, só fica baixo, amolecido.
O viajante, já em gargalhadas, o que chamou atenção de todos para um olhar expectativo completou:
- Ah! Você está preocupado com o cabelo. Mal sabe o senhor que o próximo será seu brinquedo! É, e não deve demorar muito, se já não é!
Todos os clientes olharam nervosos para o coronel à espera de uma sentença.
De repente, o militar soltou:
- Antes que o meu caia, o seu eu corto.
O silêncio foi assustador. Nem um pio se ouvia até que um dos irmãos, sensato que é, disse:
- E se precisar major Fernando, eu derreto o gelo de toda vizinhança pra não dar tempo de chegar com isso aí até o hospital.
Todos riram e cada um foi pro seu universo.
Quando o major saiu, todos foram falar com o viajante da fama dele. E de acordo com meu pai, o inocente moço, passou a entrega na cidade para outro fornecedor. Vai que... E o coronel, sempre que vai à Barbearia pergunta pelo "cabrito fortão chifre de alce" será por que?