UM HOSPITAL MUITO LOUCO – (O morto vivo)

Era pra ser mais uma terça-feira de trabalho naquele pequeno hospital numa cidade do interior, a equipe de saúde conhecia todos seus pacientes pelo nome e suas respectivas patologias, tanto que quando alguém novo aparecia no hospital todos ficavam olhando como se fosse um tipo de extraterrestre, animal raro, ou aberração da natureza, algo típico da cidade do interior, precisava ver quando um visitante que viajava por aquelas bandas parou na cidade porque teve edema agudo de pulmão e cuspia sangue sem parar tanto que derramava pela boca descendo até seu pescoço, devido essa doença ele ficou muito pálido. Mas nem precisava falar que rapidamente espalhou-se o boato que chegou um vampiro na cidade; um tipo de ser pálido que tinha sangue derramando pela sua boca é ainda por cima naquele mesmo dia morreu uma vaca perto da cidade fazendo ainda mais as pessoas comentarem – você viu o que aconteceu, aquele vampiro estava muito tempo sem chupar sangue de gente e decidiu atacar uma vaca – falou um morador da cidade, - pois é, mas todo mundo está falando que sangue de vaca faz mal pra vampiro – retrucou outro morador.

Mas a maior confusão estava por vir, o responsável pelo plantão daquele dia era de um enfermeiro que morava em outra cidade, seu nome era Fabio e ele viajava cem quilômetros para pagar seus plantões naquela cidade e depois ia embora, porém, Fabio queria fazer 24 horas seguidas de trabalho, pois economizaria mais dessa forma, mas havia um pequeno problema o repouso já estava cheio e para ele não ficar sem dormir deitou em uma maca no corredor e cobriu-se por inteiro com um lençol.

Infelizmente seu Leônidas morador mais antigo da cidade veio a falecer nessa mesma madrugada ali mesmo no hospital, mas o que ninguém contava era que Jânio o técnico de enfermagem daquele plantão ia confundir as macas levando sem querer a do enfermeiro Fabio para o necrotério do hospital, e deixando-o naquele local escuro e frio. Duas horas depois naquela mesma madrugada a equipe da funerária local, foi buscar o corpo do seu Leônidas para prepara-lo para o velório no dia seguinte: - Pois é meu amigo ainda bem que esse velho morreu, porque nosso negócio de funerária anda dando prejuízo pra gente – falou um dos sócios da funerária abrindo a porta do necrotério do hospital – verdade, a coisa mais difícil é alguém morrer nessa cidade – respondeu o outro sócio, procurando o corpo do defunto, porém quando os dois chegaram perto da maca do enfermeiro, Fabio mexeu o lençol e começou a falar alto, pois ele tinha o costume de falar enquanto sonhava, em fração de segundo os dois sócios saíram correndo desesperados do necrotério e se dividiram no hospital, um correu tanto que rapidamente chegou no carro e saiu cantando pneu o outro sócio estava mais abalado emocionalmente e entrou na sala de radiografia e começou a chorar baixinho. Do lado de fora da sala de raio x passava a Técnica de enfermagem Joana que escutou os gemidos de choro e logo apresou os passos até encontrar a Técnica Lívia: - Ai Lívia aconteceu de novo na sala de raio x, aquela Alma da loira está lá chorando - falou Joana - aquela loira que morreu chorando enquanto o Mauro tiravam um raio x ? Não brinca amiga - Então as duas decidiram ir até perto da porta da sala de radiografia e juntas escutaram o choro partindo dessa sala. As duas se desesperaram e saíram correndo o mais rápido que podiam gritando e derrubando tudo que viam pela sua frente assustando todos os pacientes internados do hospital, que acordavam assustando sem entender os motivos dos gritos

Ao raiar do dia Fabio levantou-se no necrotério e pensou que alguém quis brincar de assusta-lo, mas logo pensou que isso não iria fazê-lo ficar com medo, então se levantou e fingiu que nada aconteceu e tudo voltou ao normal de novo, e o plantão seguiu regulamente, naquela pacata cidade do interior.