ZECA BOCA DE BACIA
José Albuquerque de Farias foi assessor privilegiado de Ronaldo da Cunha Lima. Todo mundo o chamava de Zeca Boca de Bacia. Suas respostas foram muitas vezes repetidas pelo poeta:
1. O governador ia para uma solenidade com visitantes ilustres. Manda que ele espere. Passa muito tempo. Zeca sobe numa mangueira e depois do almoço de fruta, fica todo lambuzado de manga. Ronaldo volta. Reclama:
- Zeca, assim você me mata de vergonha.
- Pior é o senhor, que queria me matar de fome.
2. Zeca toma um taxi em Brasília para o apartamento de Ronaldo. Na chegada, o taxímetro marca quinze reais. Ele só tem dez. Pede ao motorista:
- Você, por favor, dê cinco reais de ré.
3. Zeca em São Paulo, toma um taxi dirigido por mulher, que lhe diz:
- Posso pegar o Minhocão?
- Se a senhora pode dirigir com uma mão só.
4. Ronaldo, depois do AVC, tem dificuldades de levantar-se da cadeira de rodas. Zeca é candidato a vereador e lhe pede:
- Vim aqui pedir o seu apoio.
- Você quer levar a minha bengala?
LIMA, Diógenes da Cunha. Ronaldo da Cunha Lima: um nordestino de todo canto. Editora IMEPH Fortaleza, 2014. Pag. 127/128.
DJAHY LIMA