OVO DE CODORNA AO MOLHO ROSÉ
A festa transcorria com muita alegria na casa de um amigo nosso. Uma tertúlia de pessoas muito próximas e muitos familiares. Música, cerveja gelada, brincadeiras, piadas, sorrisos e gargalhadas.
Em boa hora, o garçom chega para servir um petisco: ovo de codorna com um saboroso creme rosé, prato chique e pouco conhecido naquele rincão santacruzense dos anos setenta.
O primeiro convidado estava diante do garçom que expunha aquela bandeja que destacava dois espaços: um reservado para os ovos de codorna e o outro para uma pequena tigela com o creme rosé. Sem mais delongas, o primeiro comensal espetou com um palito o ovo de codorna, digerindo-o.
Um segundo convidado, que dividia a mesa com o primeiro, fez questão de ensiná-lo como é do costume ou da tradição saborear essa iguaria. Espetou o ovo com um palito, passou no creme e só então digeriu-o.
- Viu, seu Imbecil! Como é que se come ovo de codorna. Esse creme não é de enfeite. Tem que passar o ovo no creme, e só então, é que pode comê-lo.
O amigo levantou-se, baixou a bermuda, pegou o creme rosé e completou a operação.
Oh! Meu Deus! Lá vem confusão, disse eu ao ver o anfitrião dirigindo-se em direção à mesa.
Graças a Deus não deu em nada, apenas muitas gargalhadas. O anfitrião era irmão do presepeiro.
DJAHY LIMA