O crime de padre Epaminondas. Parte final.

-" Não entendo!" Disse o padre Epaminondas, abrindo os braços. -"Conhece o padre, meu sogro???!!!" Perguntou o médico. -" Sim, Luciano. É Teobaldo, meu antigo peão da fazenda Duas Estrelas. Já lhe contei que ele matou compadre Josias, de tocaia. Depois matou a viúva, Marluce!!!! Assassino!!!!" O padre se desesperou. -"Estão me confundindo, sou inocente!!! Padre Tarcísio interviu. -"Padre Epaminondas veio do sul. Não pode ser verdade o que dizem." O coronel gritava. -"Não é padre, nem aqui nem na China. É Teobaldo. Escondeu-a todo o tempo debaixo da batina." Valdete voltou a si. -"Teobaldo!!! É vc mesmo????" A criança voltou a chorar. O médico pediu para os padres se retirarem. O sogro estava nervoso. Padre Tarcísio concordou. Os padres se foram. -"Deveria ter chamado a polícia!!!!" Disse o médico. Ouvira falar de um caso de Valdete com um peão, antes de namorar a filha do coronel. Será que era Teobaldo???? Pensou o doutor. O almoço transcorreu em silêncio. Valdete tremia. O coronel fungava. O médico observava. Bernardo nada entendia. -"Fui chamado de matador, assassino! A mulher desmaiou ao me ver!" Padre Tarcísio amenizava. -" Confundiram-no, padre Epa! Coma. Saco vazio não para em pé!!!! Sorte que sobrou macarrão da janta!!!" O coronel contou a todos sua versão dos fatos. Explicou ao genro e a Bernardo e a esposa dele como Teobaldo matara Josias e Marluce. Valdete sabia da história, ou parte dela. -"Conheceu-o bem, Valdete???" Perguntou o médico. -" Bem, sim. Quer dizer, era peão de papai." O médico olhou o filho. Bernardo tinha as feições do padre. Valdete mentia. Padre Tarcísio procurou o bispo e relatou tudo a ele. -"Hum. Fez bem em me contar, Tarcísio. Entrarei em contato com o bispo de Curitiba." Padre Tarcísio disse mais. -"Bernardo é parecido com padre Epa. Aí tem!!!" Dois dias depois, Jurema atendeu o interfone. -"Boa tarde. Tenho horário com padre Epaminondas!!!" Valdete ligara antes, mentindo que era da cúria e o bispo chamara padre Tarcísio. Viu quando o padre saiu da casa. O portão se abriu. Valdete estava de Rayban e peruca. Ela agarrou o braço de padre Epa e o puxou pra dentro. Conhecia a casa paroquial. -"Venha, Teobaldo!!!" O padre a seguiu. -"Maluca!! Saia daqui!!!" Ela abriu a bolsa. -"Olha a foto. Você e seu pai. Sua cicatriz no rosto." O padre riu. -"Não sou eu. Juro!" -" O meu marido vai levá-lo a polícia." Jurema se meteu na cozinha. Valdete o abraçou e o beijou. Padre Tarcísio entrou. -"Epa! Epa! Ohhhh!!!!" -"Essa maluca me atacou!!!" O médico seguira a esposa. Trazia o delegado com ele. -"Ele é o pai de meu filho. Teobaldo, somos avós!!!!" Revelou Valdete, no momento em que o coronel entrava pela cozinha. Rifle em mãos, pediu pra Jurema sair. Ele deu uma coronhada em padre Tarcísio. -"Vai morrer, Teobaldo!!!! Assassino!!!" O médico e o delegado entraram. -" Meu sogro mentiu. Não é paralítico!!!! Vejam só!!!!" Valdete gritou. -"Teobaldo é pai de Bernardo!!!" O médico ouviu Valdete confirmar suas suspeitas. O coronel deu dois tiros no padre Epaminondas.O delegado atirou no coronel. Valdete se desesperou.O coronel disse: -" Filha. Mandei Teobaldo matar Josias. Eu matei Marluce. A idiota não queria mais vender as terras." O coronel fechou os olhos e morreu ali. Com um tiro no peito e outro na cabeça, de raspão, padre Epaminondas ficou três dias no hospital, em estado grave. Luciano consentiu que Valdete levasse Bernardo e o neto para Teobaldo conhecê-los. Eles entraram na UTI. -" Teobaldo, estão aqui. Seu filho, seu neto!!!!" Disse Valdete. Ele abriu os olhos, olhou para o filho e para o bebê. Sorriu para Valdete. Fechou os olhos e se foi. FIM. (Marcos Dias Macedo).