ESCOLHENDO O CAMINHO ERRADO
Certa vez, eu e grupo de amigos resolvemos ir para um sítio. Éramos cinco no total e nenhum conhecia o caminho. Já perto do destino final, o carro atolou na areia. Descemos do carro e conseguimos desatolá-lo, mas logo depois começou a discussão. Os quatro companheiros de aventura achavam que não estávamos no caminho certo, ou seja, aquela estrada não nos levaria ao sítio pretendido.
Os outros quatro chegaram a conclusão de que aquela não era a estrada correta e resolveram retornar e pegar outro ramal. Eu tentei convencê-los de todas as formas de que o melhor era seguirmos em frente e que aquele era o caminho certo, pois coincidia com as informações oferecidas pelo dono da propriedade. Estávamos ali cercados de pés de eucaliptos de grande porte tal como havia descrito o dono do sítio, entretanto, fui voto vencido. Quatro contra um! Eu não tinha muito o que fazer, pois não era o dono do veículo e nem sabia dirigir!
Sem sabermos, estávamos a cerca de 5 minutos do sítio. Bastávamos andar pouco mais de um quilômetro e já estaríamos pulando no igarapé das águas cristalinas e geladas que tanto desejávamos, mas eles resolveram retornar e pegar outra estrada. Os quatro escolheram a estrada errada e ainda quebramos o carro, pois as raízes sobressalientes das árvores danificaram o filtro de combustível. Deixamos o carro e seguimos a pé. Logo fomos informados de que havíamos deixado o caminho certo para escolher o errado!
Apesar de eu ser o único que tinha decidido pelo caminho certo, não fui poupado de ser também o único escolhido para tentar encontrar o sítio. Para isso, tive que atravessar uma mata densa sem varedas e sem qualquer tipo de orientação, apenas no rumo. Deu tudo certo!
MORAL DA HISTÓRIA: Não é porque a maioria fez uma escolha, que ela é a correta! Nas eleições, é justamente assim que costuma acontecer, mas pessoas determinadas e de caráter fazem suas escolhas sem se preocupar com a decisão da maioria. O importante mesmo é cada um fazer a sua escolha de acordo com suas convicções. Até porque, segundo dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues, "toda unanimidade é burra"!